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Gosto de pensar que músicos são como pintores. Os talentos e processos de criação de suas artes demandam tempo, estudo e boa dose de imaginação, para além dos padrões. Ambos fazem parte de um seleto e criativo grupo.
Com mais de 300 composições ao longo de sua carreira, Lisa Hilton é uma musicista para ninguém botar defeito. Durante os 22 anos à frente do piano, com mais de 20 discos lançados, a californiana de San Luis Obispo sempre demonstrou sua aptidão para as composições que misturam o impressionismo com a liberdade de sua arte lírica.Lisa Hilton (Foto: Reprodução)
Lisa sabe (e gosta) de ousar através de sua narrativa que permeia o mundo do jazz e da música clássica, influenciada por nomes como Horace Silver, Duke Ellington, Mussy Waters e até dos roqueiros Black Keys, trazendo ao publico singulares experimentações.
Em “Oasis” (Ruby Slippers Productions), Lisa segue mostrando sua incrível habilidade de composição, na companhia de Luques Curtis no contrabaixo e Mark Whitfield Jr na bateria, em um trabalho que alterna ritmos clássicos (a la Debussy) com pulsações vibrantes, repletas de referências blueszeiras e do post bop moderno.
A montanha russa de Oasis é intensa, comprovada pelas suas compactas faixas (apenas uma delas passa dos seis minutos). As faixas “Lazy daisy” e “Sunday morning”, deliciosas e reflexivas, passam a melódica impressão de já terem sido escutadas anteriormente, enquanto “Warm summer night” contempla todas as referências da musica clássica, com um caloroso solo de fechamento. Com ótima representação, “Fascinating rhythm”, de Gershwin, evidencia o ótimo pulso de Whitfiled, enquanto a faixa-título traz um tema pacífico para uma resolução minimalista. A melodia de “Watercolour world” foi a minha preferida, com suas subidas e descidas cuidadosamente orquestradas.
Formada em Artes, Hilton costuma dizer que sua experiência acadêmica a ajudou no processo de composição, onde ela “pinta” seus arranjos e depois os esculpe com ideias rítmicas. A pianista é comparada a grandes nomes da história do jazz, como Bill Evans e Dave Brubeck, dado o seu estilo clássico amparado por improvisos e intervenções. A pianista também participa ativamente de trabalhos para jovens músicos com deficiência visual, em escolas de Chicago, Boston e Los Angeles.
Na galeria de artes do jazz, Lisa Hilton e sua obra “Oasis” ficaram no topo das virtuosidades lançadas no último ano. Que seus próximos Nenúfares estejam a caminho. Os “marchands” jazzófilos agradecem.
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