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Os dez melhores discos de 2018

Reprodução -
1. John Coltrane - Both Directions At Once (Impulse Records)
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Se na política ou no esporte, o ano que está terminando não foi bom para alguns, pelo menos, em termos de jazz, há consenso: fechamos uma grande temporada. Foram centenas de lançamentos e ótimas safras de novos músicos em diversos cantos do mundo. Na penúltima coluna de 2018, trago a lista dos meus dez discos favoritos lançados. Vamos à escalação:

1. John Coltrane – Both Directions At Once (Impulse Records)

A descoberta do material inédito feito por um dos maiores músicos da história da humanidade resultou no mais relevante lançamento do mundo do jazz em 2018. O material, gravado em 1963, traz Coltrane e seu quarteto à beira de um novo salto criativo, repletos de confiança na capacidade de executar qualquer tipo de som. As sete faixas (14 na versão deluxe), passeiam pelo jazz dos anos 1950, responsável pela ascensão musical que mais tarde se tornaria o free jazz.

2. Wayne Shorter – Emanon (Blue Note Records)

A lenda viva do jazz lançou o tão aguardado álbum triplo, reunindo seu quarteto de longa data e também a orquestra Orpheus Chamber, que compõe o primeiro dos três discos. Sempre à frente do nosso tempo, Wayne une (à sua maneira) os mundos do jazz e da música clássica, com suítes e arranjos que demonstram o cuidado com que o projeto foi feito, emplacando mais um marco em sua discografia.

3. Kamasi Washington - Heaven and Earth (Young Turks)

Estrela mundial do jazz, Kamasi lançou esse monumental trabalho com mais de três horas de gravação, no qual estabelece sua potência como compositor e arranjador. O disco explora novas ideias, reunindo o jazz tradicional com as texturas certas dos sons do futuro.

4. Ambrose Akinmusire - Origami Harvest (Blue Note Records)

Considerado o maior trompetista da atualidade, Ambrose junta o rapper Kool A.D e o Mivos Quartet em um disco que traz à tona o racismo estrutural e a violência do Estado, numa obra que reflete toda a sua versatilidade.

5. Cécile McLorin Salvant – The Window (Mack Avenue Records)

Uma das mais poderosas vozes do jazz, Cécile explora diversas possibilidades, transitando em estilos, com um repertório arrojado, que vai do cabaré francês aos clássicos da música americana.

6. R+R=Now - Collagically Speaking (Blue Note Records)

A turma de estrelas da nova geração jazzística, liderada pelo pianista Robert Glasper, se reúne em busca de uma musicalidade que reflita os novos tempos, com influências da Costa Oeste e do neo soul.

7. Ibrahim Maalouf - Levantine Symphony Nº1 (Universal Music)

O visionário trompetista reúne numa peça sinfônica as músicas clássica e moderna, além do jazz, juntando culturas musicais do Levante, região no Oriente Médio.

8. Andrew Cyrille – Lebroba (ECM Records)

Acompanhado por dois gigantes do jazz moderno (o trompetista Wadada Leo Smith e o guitarrista Bill Frisell), o baterista de 78 anos segue enriquecendo sua discografia, alternando suas extensas melodias com minimalismos na dose certa.

9. Harold López Nussa – Un día cualquiera (Mac Avenue Records)

O jovem pianista cubano preserva a tradição de grandes músicos de seu país, retratando suas crenças e lutas diárias, com sofisticado post-bop jazz, sempre temperado com ritmos cubanos e afro-latinos.

10. Charles Lloyd & The Marvels + Lucinda Williams – Vanished Gardens (Blue Note Record)

O saxofonista norte-americano manteve a fórmula de sucesso com sua banda The Marvels, num disco nos padrões do jazz, mas com referências ao blues, gospel e country (na ótima voz da cantora Lucinda Williams).