Desfiles são eventos de muitas regras. Não devem passar de 10 minutos, as modelos não riem, a plateia não balança os ombros nem canta com a música. Aplausos, só no final. A regra dos corpos tamanho XXP já caiu. Mas o resto continua, é levado muito a sério.

Daí o mérito do desfile que mostrou na terça-feira no Copacabana Palace uma coleção colab entre Amir Slama - mestre de biquínis ousados - e a personalidade Narcisa Tamborindeguy, orquestrados por Liege Monteiro e Luiz Fernando. Na passagem com tapete vermelho, o desfile previsto para as 17h começou às 18h30. E foi a espera mais divertida que já passei, não parava de chegar gente conhecida, de áreas tão diferentes quanto o Carnaval, representado pelo Milton Cunha, ou a vida noturna, com Carmen D´Alessio, anfitriã no Studio 54 (Nova York dos anos 1970), o ator Marcos Palmeira, a designer de joias Yara Figueiredo, Liliana Rodrigues, o stylist Marcelo Borges, o designer de acessórios Gilson Martins, Nina Stevens sacudindo sua bolsa Birkin, com a Rolex no currículo pessoal, Tania Caldas, a bela Magda Cotrofe, o estilista Heckel Verri, um dos elegantes da cidade, todo de branco.

Cada desfilante _ mais uma lista: Toni Garrido, Antonia Mayrink Veiga, Maria Alice Celidônio, Fernando Torquatto, o bailarino Thiago Soares, Leticia Sabatella, Julia Mautner Palmeira, Mel Fronckowiak _ era recebido com gritos, palmas, todos em pé na plateia que só tinha fila A. Falando em plateia, todos se sacudiam ao som de Rita Lee, Sylvester (You make me feel), sambas.

Apesar da chuva forte ainda havia outra plateia, o pessoal do sereno, do lado de fora.
A colab entre Amir Slama e Narcisa foi interessante. Amir considerou esta coleção quase uma brincadeira. Mas Narcisa explicou, depois de me ouvir perguntando sobre a colab (“Ah você é aquela das modas, né?”): “Mostrei algumas roupas minhas para o Amir”, e seguiu levando convidados para seus lugares, brindando com champanhe.

E afinal

Quebrando todas as regras, foi um dos melhores desfiles que já vi. Além da festa, havia moda de boa qualidade. As belas estampas do closet da Narcisa viraram chemises, camisas, calças com padrões optical em preto e branco, retângulos coloridos, lábios vermelhos em fundo preto ou branco. Camisetas com as expressões básicas Love and Peace, Ai, que loucura, Dont touch me. E mais os biquínis e maiôs com recortes, calcinhas fio dental ou grandonas, confortáveis. Destaque para o maiô com laterais abertas, ajustadas por laçadas.

Quer dizer: vimos conhecidos queridos, cantamos e dançamos nas cadeiras e não faltou o principal: moda. Quem está ansiosa (o) para vestir a coleção corra até a Pinga Store, na rua Redentor (Ipanema).