Moda e Estilo

Por Iesa Rodrigues

[email protected]

IESA RODRIGUES

Homens de Milão

...

Publicado em 21/01/2023 às 08:19

Armani: acerto na imagem da campanha, o casal Divulgação Armani

 

Macaque in the trees
Iesa Rodrigues (Foto: JB)
 

 

Os homens estão ganhando muitas opções para vestir. Pelo menos a julgar pelos looks propostos nas semanas de desfiles masculinos no hemisfério norte, desde o salão Pitti Uomo, as coleções italianas de Milão e a parisiense que está acontecendo nesta semana.

Há diferenças: se no Pitti Uomo, em Florença, as propostas foram estilo use-o-que-quiser, nos desfiles de Milão há mais respeito às tradições de cada marca. Alguns exemplos fortes:


Logos na Fendi

Macaque in the trees
Fendi: a importância do logo (Foto: Divulgação Fendi)

 

Macaque in the trees
Fendi: ombro-só; touca e maquiagem; guarda-chuva baguette (Foto: Divulgação Fendi)

 

Este é o foco: marcar a presença da marca italiana assinada por Silvia Venturini. Mas não fica absurda nem vulgar a aplicação do F nas peças. Segundo a editora Eleonora de Gray, o resultado é elegante e um tanto feminino. “Uma maneira urbana de fazer moda, uma coleção que deu vontade de usar”, afirma a de Gray, da Runway Magazine.

As cores são neutras – afinal, Fendi virou nome de cor, aquele tom entre o castanho e o burro-quando-foge _ há ousadias pouco viáveis, como as camisas de ombro-só e belas jaquetas para compensar. Até uma brincadeira com a bolsa-baguete, que fez tanto sucesso nos anos 1990: um guarda-chuva em forma de baguete! Silvia Venturini explica: “são tempos de simplicidade”. Isto só não se aplica a um ponto: a maquilagem. O elenco de lindões de todos os tipos tem olhos contornados de preto. O efeito ficou muito bom!

 

Armani, aplaudido

Macaque in the trees
Armani: Ternos impecáveis, como sempre (Foto: Divulgação Armani)

 

Macaque in the trees
Armani: o quase branco e cinza, informal (Foto: Divulgação Armani)

 

Esta deve ter sido uma reação à estranheza causada por ousadias de outras marcas. Ou às sugestões de romper com os padrões clássicos sugeridos por nomes como Martine Rose. Giorgio Armani não decepciona: inspirado nos átrios dos palácios italianos, usou geometrias discretas na alfaiataria, muito branco, lembrando os mármores (branco em coleção de inverno!). E tecidos de luxo, como cashmere, alpacas e veludos. Tudo aplicado nos belos ternos, blusões e algumas peças mais casuais – afinal, Armani é assíduo na criação de uniformes para times esportivos.

 

Prada, um mistério

Macaque in the trees
Prada: casacos de barras contrastantes nas mangas (Foto: Divulgação Prada)


Macaque in the trees
Prada: ternos de camisa aberta ou vestido, opções do inverno 23/24 (Foto: Divulgação Prada)

 

Sinceramente, pelo que li no release de apresentação, Miuccia Prada deve estar querendo entregar a direção de criação para o Raf Simons, o rei do minimalismo. Normalmente, a Prada tem uma ideia que vira tendência geral. Desta vez, o desfile no Deposito da Fundação Prada foi explicado só como uma nova (e misteriosa) perspectiva para a roupa. O foco é na forma e no significado dos valores da marca. O teto do lugar foi abrindo, mudando o espaço de íntimo para grandioso, segundo o texto.

Resumindo, pelo vídeo do desfile, o que se viu de novo foi a faixa que contrasta ao longo das mangas dos paletós e o fato de a pele estar revelada nos ternos, porque as camisas ficam abertas, só se vê o colarinho. Achei pouco, para uma grife como a Prada.

Tags: