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Estratégias da pandemia

Há quem anuncie que a Black Friday foi melhor do que no ano passado. Há quem feche todas as lojas ou desista de expandir.

JB -
Iesa Rodrigues
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Antes de preparar os braços para a vacina - tentando não furar justamente sobre a tatuagem favorita - ainda há muita máscara a ser usada, muito álcool a ser passado e muito sabonete para lavar as mãos. O consumo tem altos e baixos - há quem anuncie que a Black Friday foi melhor do que no ano passado. Há quem feche todas as lojas ou desista de expandir. Uma exceção, a Les Cadeaux, que abriu mais 4 endereços.

Grandes lojas e segunda mão
De acordo com o relatório Brandz Global 2020 da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, 84% dos consumidores estão procurando por marcas com que se identificam. As marcas, por sua vez, se preocupam mais com o meio ambiente, boa gestão e em acompanhar o comportamento do consumo.

“Na moda, os principais fatores de decisão de compra tendem a ser preço, disponibilidade ou conveniência, qualidade e estilo”, afirma Valkiria Garré, CEO de Insights na Kantar Brasil. “Muitas das principais marcas oferecem esses itens, mas a maioria está apenas nos primeiros passos na jornada para ser mais ecologicamente correta. Outros fatores, como impacto nas comunidades, comércio local, transporte e condições de trabalho ainda estão no fundo do funil de prioridade”.

Um exemplo de adaptação é a Renner, que anuncia a parceria com o brechó online Repassa, para que os clientes possam vender as peças que não usam mais. Há escolha entre sacar o dinheiro ou efetuar nova compra.

A H&M, uma das grandes do varejo internacional (ainda sem filial no Brasil) apresentou uma máquina que recicla roupas usadas. A máquina fica em uma das unidades de Estocolmo (a H&M é marca sueca) e são cobrados de 10 a 15 euros pela renovação da peça. Afinal, algo é sempre cobrado.

Apelando para a fofura
Uma peça pode ser tão irresistível que induz à antiga compra por impulso. Como a coleção da empresa Sanrio, criadora da personagem Hello Kitty, que fez collab com a Salsa para produzir biquínis, vestidos, maiôs para mães e filhas e sungas para os meninos.

Outro sucesso de vendas são as coleções lançadas por YouTubers. Como as camisetas referentes a games populares, como a linha do jogo Among Us, do Felipe Neto, que acaba de lançar também um cachorrinho de pelúcia, personagem da saga Minecraft que atende pelo nome de Espirro, por R$ 99,90. Quem compra, faz uma foto com o bichinho e se vê no final do episódio de cada dia.

Macaque in the trees
A estampa de Hello Kitty, produzida pela Salsa, pode atrair consumo por impulso (Foto: Foto: divulgação)


Poder das ervas
A ansiedade destes tempos pede produtos ditos calmantes. Óleos essenciais, incensos, sprays, chás, vale tudo para deixar o ambiente relaxante.

A marca de almofadas terapêuticas Pama Care ganhou impulso nas vendas em 2020. "Do total de demanda deste ano, mais de 90% das almofadas são compostas de ervas calmantes. Isso mostra que as pessoas buscam tranquilidade emocional em um ano tão atípico como o atual", afirma Pâmella Mattos, proprietária da marca, naturóloga, com pós-graduação em acupuntura, que sempre atuou com produtos naturais. As almofadas contém combinações de ervas como lavanda, erva doce e capim cidreira. Podem ser aquecidas no microondas para aliviar dores, por exemplo, e a simples inalação do aroma das ervas tem efeitos positivos, já que pesquisas mostram que as pessoas ficam mais tranquilas e menos estressadas após caminhadas em meio a árvores, inalando o aroma das plantas.O alívio respiratório pode vir pelo contato com as almofadas com ervas como hortelã, eucalipto e sálvia, depois de resfriadas no freezer. Os preços são a partir de R$ 44.

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Pâmella Mattos, da Pama Care, com as almofadas de ervas calmantes (Foto: Foto: divulgação)


Proteção radical e versatilidade
Como fica a moda praia, se o acesso for novamente fechado? Biquínis e maiôs podem continuar em uso nas casas com piscina, na cidade ou fora dela. Mas para os criadores, a melhor solução é criar opções que podem sair de casa, como saídas de praia, chemises ou saias longas. Como está presente em hashtag nas redes sociais, é a “roupa de ir”.

Ou há a solução mais radical, mostrada por Guilherme Tavares em lançamento no Copacabana Palace: peças normais, cobertas por capas de plástico.

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Loucura? Boemia? Não: é a coleção de Guilherme Tavares, coberta por capas de plástico (Foto: Foto: divulgação)

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Guilherme Tavares (de máscara) na praia, onde desfilou peças versáteis, #roupaparair (Foto: Foto: divulgação)
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Lembrando os anos 1960 e as coleções de Courrèges, a camiseta de rede com patches no busto (Foto: Foto: divulgação)

 


Como uma marca pode ser mais sustentável?

Segundo a Kantar, estas são sugestões para alcançar a tão procurada sustentabilidade que garanta vendas: 

Incentive as compras repetidas: As pessoas têm necessidade de roupas. Sendo assim, incentive os consumidores a fazerem a reposição sustentável de produtos e recompense-os por isso. Ofereça serviços e experiências que envolvam os ítens.

Dê visibilidade a suas ações
Torne mais acessível e visível as ações que estão sendo realizadas para que eles as encontrem e associem sua marca à sustentabilidade.

Macaque in the trees
Lançado há menos de um mês, a pelúcia de cachorrinho já está no segundo lote de produção (Foto: Foto: divulgação)



Foto: divulgação - Loucura? Boemia? Não: é a coleção de Guilherme Tavares, coberta por capas de plástico
Foto: divulgação - A estampa de Hello Kitty, produzida pela Salsa, pode atrair consumo por impulso
Foto: divulgação - Pâmella Mattos, da Pama Care, com as almofadas de ervas calmantes
Foto: divulgação - Guilherme Tavares (de máscara) na praia, onde desfilou peças versáteis, #roupaparair
Foto: divulgação - Lembrando os anos 1960 e as coleções de Courrèges, a camiseta de rede com patches no busto
Foto: divulgação - Lançado há menos de um mês, a pelúcia de cachorrinho já está no segundo lote de produção