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LEE BOUVIER

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Correta, articulada e elegante, Lee Radziwill, diva do alto mundo, morreu na sexta-feira passada, em casa, na rua 72 East, Nova York, duas semanas antes de fazer 86 anos. Viveu bem, bebeu e fumou até os últimos dias, e já começava a sentir o isolamento próprio da idade, de quem perde os amigos, que se vão primeiro, inclusive sua irmã, Jackie O., quatro anos mais velha. No último ano, Lee perdeu a mobilidade, mas não capitulou da vida social. Continuava a conviver em almoços e jantares em casa. Lee foi casada com o príncipe Stanislas Radziwill, o que glamourizou ainda mais sua imagem. Mas, a vida foi glamourosa desde sempre, filhas que ela e Jacqueline eram de Janet e John Verner Bouvier III, conhecido como Black Jack Bouvier.

Só para convidados

Foi "para convidados only" a missa de morte de Lee Radziwil, a princesa irmã caçula de Jacqueline Bouvier Kennedy Onassis, às 10 da manhã de segunda-feira, na Igreja de São Thomas More, em Manhattan, East, 89th Street. Eram cerca de 300 pessoas, inclusive sua sobrinha, Caroline Kennedy Schlossberg, a socialite Deeda Blair e os nomes da moda Marc Jacobs e Carolina Herrera, com Reinaldo.

No roteiro musical, Coro e a Orquestra da Catedral do Divino São João, regidos por Ken Tritle, o organista David Briggs e a soprano Suzanna Philips, interpretando Puccini - "Música sem palavras", a preferida de Lee para dormir - Bach, Brahms e Faure.

Sofia Coppola leu a primeira leitura, o Livro da Sabedoria - "as almas dos justos estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento as tocará". A filha de Lee, Tina, leu EE Cummings. Um amigo fez o Elogio à Lee. Em seguida, o coro e a soprano cantaram Amazing Grace. Havia enormes arranjos de flores rosa, verdes e brancas. Um convidado disse: "quando saímos da igreja, o Sol explodiu por trás das nuvens como se a própria Lee tivesse ordenado seu calor e brilho para que completássemos o dia."

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Bem-vindas

Mas foi só após a morte do pai, em 1957, e com a fortuna herdada dele, que as irmãs Lee e Jacqueline Bouvier passaram a integrar o mundo do high Society, que conquistaram com o mesmo charme de seu pai e a mesma ambição de sua mãe. Elas não eram propriamente WASP, da sociedade de Nova York, mas foram muito bem-vindas nele, pois representavam tudo que todos adoram, classe e juventude. Naquele auge da prosperidade do pós-Guerra, houve uma abertura para novos nomes sociais.

Um novo tempo

Para sua geração, as Bouvier foram "as irmãs que se casaram bem". Porém, a fama lhes chegou foi com a ascensão de Kennedy a presidente. No período Kennedy, as irmãs personificaram o surgimento de um novo tempo. Quando os da chamada alta sociedade se tornaram celebridades da mídia.

Lee Radziwill era protagonista. E o show da sociedade repete o do show business, em que protagonista gosta de conviver com protagonistas. Entre os poucos amigos ou conhecidos brasileiros da irmã de Jacqueline Kennedy, estavam o empresário brasileiro André Jordan, com quem o marido príncipe de Lee trabalhou no lançamento de um de seus resorts em Portugal; Lourdes Catão, no período em que viveu em Nova York; a empresária Vivi Nabuco; e os saudosos Jua e Fernanda Hafers, que recebiam o grande mundo social americano em casa, em Park Avenue, NY.

As divas sociais da geração de Lee Radziwill partem, levando tudo o que aprendemos a admirar e a acreditar, em se tratando de elegância, inspiração, bom gosto e refinamento. Divas que eram proclamadas, aduladas e aplaudidas pela mídia e por todos, sem constrangimentos de ambas as partes.

Naquele outro mundo - que agora dá seus últimos suspiros - havia uma tolerância da sociedade menos favorecida para com as diferenças de status e privilégios. Sobretudo na América, onde o conceito do self made man sempre foi cultivado. Ser rico não era uma agressão, era um estímulo. Porém, quando o mundo dos mortais descobriu na pele que a "Meritocracia" era uma fábula de Polichinelo, que o mérito precisa do impulso das oportunidades, e que estas jamais são iguais no universo capitalista, o ressentimento social aflorou.

Padrão Kardashian

Os ricos da elite, hoje, se preservam, se escondem e isolam em seu pequeno mundo virtual restrito aos que tenham a senha de acesso como "escolhido". A retração dessa elite, que detém e exerce os códigos clássicos da vida em sociedade, deu margem a que surgissem as socialites "padrão Kardashian". A primeira delas, mérito lhe seja dado, foi Paris Hilton, que, em vez de se mostrar humilhada, após ser divulgado na rede um vídeo seu fazendo sexo com o namorado, abraçou a fama e passou a ganhar dinheiro com ela.

Recato total

As socialites "'padrão Kardashian" escancaram a casa em reality shows, mostram tudo, inclusive seus nudes, e formam opinião nos costumes, gostos, atitudes, moda. Até no shape do corpo. Elas fizeram da bunda, que tantas se esforçavam por reduzir, um objeto do desejo mundial e do preenchimento artificial. São liberadas e modernas; se casam com rappers e atletas negros; seu pai assumiu sua porção mulher, e se tornou uma; as crianças são superstars desde o berço. Tudo que delas emana se torna produto e faturamento de milhões de dólares. Inclusive as roupas das crianças...

Enquanto isso, a elite mais reservada abre mão de seu protagonismo na mídia, que alcançou o ápice na segunda metade do século XX, e se recolhe ao recato em que vivia no final do XIX.

Sociedade mutante

Interessante observar essas transformações em nossa sociedade, processos mutantes, que devem servir de observação e aprendizado. O advento do Facebook causou graves prejuízos às personalidades do Society, que, inebriadas com a autossuficiência que lhe dava o aplicativo, dispensando os colunistas sociais como intermediários, passaram a fazer a crônica deles mesmos. O que motivou uma nada elegante exacerbação de vaidades e egocentrismos. Ostentação de luxos e exageros. Pior: aliada à superexposição de luxos e belezas, veio também a dos erros de português, de interpretação de texto e de posicionamento crítico. Enfim, não foi um período "chic" para a sociedade brasileira.

Nova era

Bem faz nossa elite, que atualmente se recolhe no Instagram e se expõe apenas entre as quatro paredes de seu ambiente social, com a liberdade e a segurança da convivência dos iguais. Um clube privado virtual. Nasce mais uma Nova Era.

DIVAS SOCIAIS SAEM DO FOCO DA MÍDIA, SUCEDIDAS PELO 'PADRÃO KARDASHIAN'

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Bomba! Bomba!

Do exterior, onde está, o ator José de Abreu se autoproclamou no domingo Presidente da República, postando foto já com a Faixa Presidencial. A aceitação foi total: liderou os views do Twitter no 1º dia do mandato! Ele declarou: "Nossa bandeira nunca será laranja!", Eis o ministério: Damous na Justiça; Haddad na Educação; Feghali na Saúde ou na Cultura. Ah, esta que vos fala é a Porta-Voz!


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As irmãs Bouvier, Jacqueline Kennedy e Lee Radzirill, na Costa Amalfitana, em 1962