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O PROJETO MÚSICA NO MUSEU ALCANÇA A MAIORIDADE: 21 ANOS

Marco Rodrigues -
1 - Luís Cavarrubias (Cônsul da Espanha), EvelyneCoulombe (Cônsul-Geral do Canadá) e seu marido, Craig Grinhan 2 - Sergio e Ignez Costa e Silva com Sylvia Jane Crivella 3 - O embaixador Jaime van Zeller e Maria Eduarda Leitão 4 - Bia Martins Costa, Rosa Cordeiro Guerra e o embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa 5 - André Dunin e Giovanna Lins 6 - Isabel Lito, Luciana de Alencastro Guimarães e Linda Malaguti 7 - Vitória Machado, O Cônsul da Suíça, Rudolf Wyss, e Fiorella Solares
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Se Sergio Costa e Silva fosse uma bandeira, sua inscrição seria “Resistência e perseverança”. Há 21 anos ele iniciou seu projeto cultural “Música no Museu”, uma boa ideia, que ele precisaria consolidar. A proposta é a de concertos, sobretudo clássicos, com entrada gratuita para o público, em locais representativos da cidade, como os museus, sustentado por empresas patrocinadoras. Os primeiros foram numa sala do Museu Nacional de Belas Artes. E foi necessária muita persistência do Sergio para não sucumbir às negativas de patrocínios e apoios, às dificuldades e incompreensões, ao oportunismo dos que surgiram repetindo sua ideia e disputando com ele os caraminguás que as grandes empresas costumam destinar a esse tipo de evento. Mas Sergio não se dobra. Seu projeto, nessas mais de duas décadas, jamais foi interrompido. Os músicos agradecem, pois, o mercado é exíguo, sobretudo para os instrumentistas e músicos clássicos. Sergio, não satisfeito, criou o Festival de Harpas, único no mundo, trazendo harpistas de todo o mundo. Promoveu concursos, conferindo bolsas de estudos de música anuais na James Maddison University, nos EUA, prêmio avaliado em 100 mil dólares. Prêmios também recebeu o próprio projeto, estaduais e nacionais. Criou também um Conselho de Notáveis, presidido por Lily Marinho, e seu lançamento foi com noite de gala, no Palácio São Clemente, com presença do vice-presidente José Alencar e dona Marisa. Pensando grande, ele ampliou o raio de ação de seu projeto, levando para apresentações em vários países europeus. Para celebrar esses 21 anos, ele promoveu uma apresentação do Música no Museu na Casa Firjan, com presença da primeira-dama, Sylvia Crivella e vários embaixadores.

Macaque in the trees
1 - Luís Cavarrubias (Cônsul da Espanha), EvelyneCoulombe (Cônsul-Geral do Canadá) e seu marido, Craig Grinhan 2 - Sergio e Ignez Costa e Silva com Sylvia Jane Crivella 3 - O embaixador Jaime van Zeller e Maria Eduarda Leitão 4 - Bia Martins Costa, Rosa Cordeiro Guerra e o embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa 5 - André Dunin e Giovanna Lins 6 - Isabel Lito, Luciana de Alencastro Guimarães e Linda Malaguti 7 - Vitória Machado, O Cônsul da Suíça, Rudolf Wyss, e Fiorella Solares (Foto: Marco Rodrigues)

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DO LAR

Michele Bolsonaro vive para o lar e a caridade, é o que sabemos dela. Mas escorrega na sensibilidade cultural, se é verdade que vetou as obras de arte sacra da decoração do Palácio da Alvorada.

Mais do que radicalismo religioso, o veto denota desconhecimento histórico do papel do catolicismo em nossa sociedade. Desde o Descobrimento, com a primeira missa pelo padre Sardinha, à catequese dos índios por padre Anchieta, às festas populares religiosas, à tradição dos “santos padroeiros”, à urbanização das cidades, em que as primeiras e principais construções eram as igrejas católicas, e assim seguiu a procissão...

A residência da presidência da República é um cenário síntese da produçãocultural do país. É o mobiliário histórico, são as obras de arte dos nossos grandes valores, sendoimportante a arte sacra barroca, que teve seu ápice em Aleijadinho. No “index” de Michelle estão uma Nossa Senhora do século XVIII, um par de anjos barrocos e de tocheiros.

Banir de um palácio do governo imagens religiosas, porque são católicas,é banir nossa cultura, a História e a própria população brasileira, majoritariamente católica.

LEMBRANDO ODILE

Morreu Odile Rodin. Ela chegou ao Brasil nos anos 70, como a viúva do playboy mais famoso do mundo, o dominicano Porfírio Rubirosa, instalou-se numa casa na Joatinga, ao lado das casas de Florinda Bulcão e de Regina Leclery, todas de Zanini, e o Rio de Janeiro ferveu enlouquecidamente naquele morro chic, com almoços, festas e gente linda, glamorosa e internacional, de uma casa para outra e outra.

Macaque in the trees
Casamento de Paulo "Coelho" Marinho e Odile Rodin Rubirosa foi alegre e iluminado, como foram os vibrantes anos que viveram juntos. Na foto, de costas, Regina Rosemburgo Leclery (Foto: Original do arquivo Carmen Mayrink Veiga)

Foi a década dos anos loucos do Régine’s, e depois também do Hippopotamus. Foi quando o high trepidou intensamente no carnaval, com fantasias maravilhosas. Foram os últimos Bailes do Copa da primeira fase. Havia os Bailes do Municipal, que depois se passaram para o Canecão, os bailes Vermelho e Preto, Borbulhantes no Hippo, Circo Fantástico, da Régine. E Odile era parte de todas essas histórias, que continuaram quando se casou com um boa pinta carioca, o jovem Paulo Marinho, que, assim como Rubirosa, abrasava camas e corações. Alguma coisa os dois galãs tinham em comum...

O romance de Odile e Paulo Marinho, o “Coelho”, repetiu ao contrário a história dela com Porfírio, com quem se casou garota, aos 17 anos, enquanto ele tinha 35 a mais. A diferença de idade de Odile e Paulo não era tanta, mas era considerável. E ela nunca deixou de ser linda, estonteante, mesmo quando começaram a surgir as ruguinhas do sol no contorno dos olhos. Um corpo que jamais deixou de ser espetacular.

Odile, das cinco mulheres de Porfírio, foi a única com que ele não se casou por interesse. Assim como “Coelho” foi a paixão da Odile. Diz a lenda social que o término da relação se deu por iniciativa de Paulo, desejoso de ter filhos, o que Odile não podia mais lhe dar. Ela se mudou do Brasil para os EUA, onde vivia com um músico americano, e morreu sem deixar filhos. O primeiro marido, Rubirosa, era estéril.

Lembro de alguns episódios divertidos com Odile. Como o do jantar em minha casa para Marisa Berenson, quando as duas resolveram esticar as pernas sobre a mesa do buffet já servido, para comparar suas formosuras. Louca, deliciosamente louca, era aquela vida.

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Não se trata apenas de Rio, Samba e Carnaval. Em abril, a Portela será cenário de grande feira literária, a FLIPORTELA, com o tema “A diversidade tem muitas cores”. Haverá poesias, saraus, performances e reflexões, dando voz e ouvidos aos sem acesso à literatura no seu cotidiano, e estabelecendo um diálogo entre o samba e demais manifestações da cultura.

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Com João Francisco Werneck

Original do arquivo Carmen Mayrink Veiga - Casamento de Paulo "Coelho" Marinho e Odile Rodin Rubirosa foi alegre e iluminado, como foram os vibrantes anos que viveram juntos. Na foto, de costas, Regina Rosemburgo Leclery