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A moda da FLUP invade salões e jardins

Marina Giustino -
A MODA DA FLUP INVADE SALÕES E JARDINS
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Coisa bonita! Nas fotos da página, todos os espaços da bicentenária Casa Zuzu Angel/Museu da Moda, salões, pátios, jardins, ocupados por jovens estilistas participantes da FLUP, Festa Literária das Comunidades, aprendendo a como desenvolver e executar seus projetos para a Nova Coleção de Protesto da Moda Brasileira, a partir do exemplo de Zuzu em seu desfile de Nova York. A estilista Lena Santana fez com eles oficina, ensinando os princípios do moulage. No último fim de semana, a estilista e artista plástica Luiza Marcier, neta do grande pintor Mathias Marcier, ministrou exercícios para soltar a imaginação com colagens e desenhos. Um intensivo de moda para os jovens e talentosos artistas.

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QUANDO A JUSTIÇA TARDA, MAS NÃO FALHA

Quem viveu a época acompanhou o misterioso noticiário sobre a morte do embaixador José Jobim, desaparecido, e depois encontrado, a um quilômetro da Ponte da Joatinga, enforcado numa árvore, porém com as pernas dobradas, encostando no chão, na mesma posição em que foi encontrado Vladimir Herzog, na cela de São Paulo, em 1975.

Houve muitas especulações sobre essa morte. A vendedora de uma farmácia na ocasião encaminhou à família um bilhete, com a letra do embaixador, deixado com ela por ele, que entrou às pressas na loja, em que dizia: “Fui sequestrado, estão me levando para depois da ponte da Joatinga”.

Naqueles anos negros, ninguém quis (nem pôde) apurar. E em seu Atestado de Óbito constava “morte por causa indefinida”. Passado esse tempo, com a instalação da Comissão Nacional da Verdade e após uma investigação foi constatado: “As circunstâncias do caso indicam ter se tratado de um crime de Estado, consumado por motivação exclusivamente política”. A CNV considerou a sistemática típica então obedecida pelos agentes do Estado - o sequestro de Jobim, sua manutenção e tortura em cativeiro por dois dias e meio - e a revelação de que o diplomata retornava da festa da posse de João Figueiredo em Brasília, em 15 de março de 1975, onde comentou que preparava um livro com o dossiê sobre as corrupções de Itaipu Binacional, que pessoalmente testemunhou.

Agora, finalmente, a filha de Jobim, Lygia Maria Collor Jobim, depois de todo esse tempo, obteve nova Certidão de Óbito de seu pai, em que está dito: “O falecimento se deu por volta do dia 24 de março de 1970, na Cidade do Rio de Janeiro - RJ, em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro , no contexto da perseguição sistemática, e generalizada à população identificada como opositora ao regime político ditatorial de 1964 a 1985.”

ESTRANHEZA

Causou estranheza a divulgação ontem, pelo juiz da vara de Curitiba, das delações de Antonio Pallocci, quando, em entrevista à Folha de São Paulo, no final de julho, Carlos Fernando Lima, procurador da Lava Jato, disse que, na opinião do Ministério Público, a delação de Palocci não é válida, por falta de provas. O procurador usou a delação de Palocci como exemplo de como o instituto da delação premiada pode ser prejudicado pelo seu mau uso: “(...) Demoramos meses, negociando. Não tinha provas suficientes. Não tinha bons caminhos investigativos. Fora isso, qual era a expectativa? De algo, como diz a mídia, do fim do mundo. Está mais para o acordo do fim da picada. Essas expectativas não vão se revelar verdadeiras. O instituto é o problema? Eu acho que a PF fez esse acordo para provar que tinha poder de fazer”.

ASSASSINARAM O MACACÃO

A política está tirando do prumo algumas socialites. A jornalista Yacy Nunes se queixa que, no aniversário da Fafy Luz, a eleitora de Bolsonaro, Ilka Bambirra, ao ouvi-la criticar seu candidato, jogou-lhe em cima um copo de vinho tinto. Yacy diz que não reclama da perda da amiga, mas da perda de seu macacão marca Alessa. Calma, meninas! As campanhas passam, as amigas ficam.

ELEIÇÃO VERMELHA (E BRANCA)

Prossegue o imbróglio eleitoral do Salgueiro, com risco de a escola não sair no Carnaval. O impasse começou em maio passado, com o cancelamento pelo TJ-RJ da reeleição da presidente Regina Celia, considerada inelegível. Tentando superar a situação, neste domingo, a assembleia geral da escola aprovou, unânime, com 216 votos dos sócios, sendo 23 beneméritos, a convocação de nova eleição na quadra, em 30 de outubro.

QUEM RI MELHOR NÃO RI POR ÚLTIMO

O candidato à presidência, Cabo Daciolo, fazia a alegria de muitos no monótono debate da Record domingo. A cada fala sua, pipocavam memes e posts jocosos na Internet. Até que alguém lembrou que Daciolo declarou ao Estadão: “O homossexual está na mesma categoria de problemas que o alcoólatra, o corrupto, o bandido, e isso tudo. Está no plano espiritual, se resolve com oração”. O comentário mais sábio no Twitter foi o do jornalista André Rizek: “E pensar que, alguns anos atrás, a gente ria do Bolsonaro como hoje ri do Daciolo…”.

HISTÓRIA NEGRA

Nos dias 22 e 23 de novembro, a OAB e o Tribunal Regional Federal da 2ª Região promovem evento fundamental à recuperação da história negra do nosso Estado. Serão palestras, debates, atividades artísticas e culturais, além de ato ecumênico, reunindo sacerdotes de cultos de matriz africana e outras religiões. Em debate, questões sobre terras de comunidades formadas por descendentes de escravizados. Segundo o Incra, cerca de 3,2 mil comunidades continuam sem título de “quilombola” e a devida regularização. O local do evento, a própria sede do TRF-2, se reveste de simbolismo forte: foi onde escavações na década de 1990 revelaram um cemitério de escravos, resquícios de uma cidade que até pouco tempo praticava tráfico humano.

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PEITO ABERTO, busto de fora, a tenista Serena Williams participa do Mês Rosa de conscientização sobre a prevenção do câncer de mama em vídeo em que lembra às mulheres de fazerem o auto-exame do toque. Ela canta “I Touch Myself” (Eu me toco) e explica que o vídeo é parte do projeto “I Touch Myself”, criado pela saudosa cantora do Divinyls, Chrissy Amphlett, vítima do câncer de mama.

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Com João Francisco Werneck