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Fla goleia, Landim fica na retranca

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O Flamengo goleou em campo e ficou no zero a zero fora dele. Explico: pela manhã, o presidente Rodolfo Landim, enfim, deu as caras e se submeteu à primeira entrevista após a tragédia no Ninho do Urubu. Dezesseis dias depois! Falou muito, mas explicou pouco. Sob a justificativa de que a negociações precisam ser sigilosas, "para proteger as próprias famílias", não abordou os valores que o clube se dispõe a pagar aos parentes dos jovens mortos no acidente, limitando-se a garantir que seriam, pelo menos, o dobro das jurisprudências (indenizações em casos semelhantes) - mas não especificou nenhuma delas. Ou seja, Landim ficou na retranca e quase nada pode ser esclarecido. Nem das negociações, nem do andamento das investigações sobre as causas do incêndio que vitimou os dez garotos.

À tarde, no Maracanã, o time rubro-negro foi bem mais efetivo. Vitinho marcou logo no primeiro minuto do jogo contra o fraquíssimo Americano e, embora os 45 minutos iniciais tenham sido mornos, a goleada se consumou, sem dificuldades, na etapa final, chegando ao confortável placar de 4 a 1. Com direito até a um gol de Gabriel, que estava na muda, desde a estreia no Flamengo.

Diante da fragilidade do rival, é prematuro tirar grandes conclusões, mas algumas belas trocas de passes entre Diego, Arrascaeta, Gabigol e Vitinho (em sua melhor atuação com a camisa rubro-negra) permitem que o torcedor sonhe com uma evolução capaz de levar a equipe dirigida por Abel Braga a um nível mínimo exigido para garantir a classificação na fase de grupos da Libertadores, mesmo enfrentando contratempos como as altitudes de Oruro (3.735 metros) e de Quito (2.850).

Sem Everton Ribeiro (com um pequeno estiramento nos ligamentos do joelho) e Bruno Henrique (com dores musculares), Abel entrou com Vitinho na esquerda e Arrascaeta na direita. Não funcionou muito bem, apesar do gol relâmpago e do completo domínio do campo. O rendimento melhorou, quando as posições se inverteram, após o intervalo. Aí, sim, começaram a surgir as jogadas que possibilitaram a goleada e a criação de várias outras boas oportunidades desperdiçadas.

Qual será a escalação do jogo de estreia na Libertadores, contra o San José, é a pergunta que está no ar. A volta de Bruno Henrique me parece certa, mas a de Everton Ribeiro já considero duvidosa - Bruno pode também atuar pela direita, com Arrascaeta pela esquerda. Seja qual for a escolha, a tranquila vitória sobre o Americano mostrou que opções não faltarão, pois Vitinho provou que pode ser útil e o colombiano Berrío (que estrou no carioquinha) também se mostra uma boa opção de banco, para entrar, no segundo tempo, com seu fôlego privilegiado e sua conhecida velocidade.

Este é o tipo de jogo que, em razão de altitude, não dá para encarar apenas com os onze titulares. Com certeza, vai faltar fôlego e as três substituições podem ser mais que decisivas. Podem ser salvadoras.

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E o pai do Neymar, hein? Segundo disse no "Grande Círculo", a nova fratura no metatarso do filho só aconteceu porque ele resolveu parar de se atirar e rolar nos gramados...