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Um sopro de novidade no tricolor

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A possível contratação do técnico Fernando Diniz pelo Fluminense pode se tornar uma novidade bem interessante no pobre cenário do futebol do Rio, nos últimos anos. Ele é, sem dúvida, um dos treinadores mais ousados da nova geração e representaria um sopro de renovação, altamente desejável entre os clubes cariocas, que costumam copiar uns aos outros sem um pingo de criatividade.

Vide o recente troca-troca de Botafogo e Vasco, com Zé Ricardo e Alberto Valentim. Agora mesmo, na lista de candidatos para dirigir o tricolor das Laranjeiras está também Jair Ventura... E são vários os casos de técnicos que já dirigiram os quatro grandes: de Joel Santana a Abel Braga, agora de volta ao Flamengo.

Diniz, Zé Ricardo, Valentim e Ventura são mais ou menos da mesma geração de treinadores: o filho do furacão Jairzinho é o mais novo, com 39 anos, e Zé Ricardo, o mais velho, com 47. Diniz tem 44 e Valentim, 43. O que os diferencia é o estilo de jogo das equipes que dirigem. Aí reside o interessante em Fernando Diniz.

Zé Ricardo é o mais tradicional dos quatro. Jair, o mais defensivista e Valentim oscila entre os dois. Já Diniz é assumidamente um treinador ofensivo, e seus times costumam encantar pela tática ousada e inovadora. O problema é que nem sempre os resultados são os esperados.

Um bom exemplo foi sua recente passagem pelo Atlético Paranaense – o clube mais expressivo que dirigiu até então. A base do campeão da Sul-Americana tem a sua assinatura, reconhecida inclusive pelo sucessor Tiago Nunes que, entretanto, ressalta que precisou fazer alguns ajustes, principalmente no setor defensivo.

O Fluminense pode ser a grande oportunidade na carreira de Diniz, até agora trilhada em clubes menores, como o Audax, por onde já teve três passagens marcantes – numa delas, chegou a ser eleito pela imprensa paulista o destaque do ano, em virtude do futebol atrevido que seus comandados apresentavam, mesmo contra os grandes de lá.

Para um time que passou mais de oito jogos sem balançar as redes adversárias, a chegada de um treinador extremamente ofensivo parece fazer todo o sentido. Resta saber se ele terá o respaldo necessário dos dirigentes para implantar suas ideias modernas e sua filosofia tática ousada. Se, nos primeiros tropeços, tudo será contestado e posto em dúvida, é melhor mesmo optar por Jair Ventura, “fechar a casinha” e passar a jogar por uma bola. Um e outro representam claros opostos. Cabe ao Fluminense escolher o seu destino. Há ainda uma terceira opção: Roger, 43 anos, ex-jogador do próprio Flu, com passagens por Grêmio, Atlético Mineiro e Palmeiras. É, porém, o mais caro dos três e, como o tricolor anda com o pires nas mãos...