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E o campeonato não acabou...

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A noite começou com um dos três resultados que o Palmeiras precisava para ser campeão brasileiro com duas rodadas de antecedência. No jogo mais cedo, o Internacional perdeu a invencibilidade no Beira-Rio, ao ser derrotado pelo Atlético Mineiro. Com a vitória, o Galo sepultou também as últimas esperanças do Botafogo de chegar à Libertadores, tornando a sua partida contra o Santos um amistoso de luxo.

Para que o campeonato acabasse, entretanto, faltavam o tropeço do Flamengo contra o Grêmio e a vitória do Verdão sobre o América Mineiro – resultados plausíveis. No Maracanã, contudo, o rubro-negro começou amassando o tricolor gaúcho em seu próprio campo. Aos 21 minutos, após um escanteio, Uribe cabeceou, a bola desviou em Jael e explodiu na trave de Paulo Victor. Como de hábito, o Fla tinha mais posse de bola, dominava o jogo, mas encontrava dificuldades para penetrar.

Por isso, arriscava chutes de fora da área, primeiro com Everton Ribeiro, depois com Vitinho. Ambos para fora. Aos 33 minutos, numa trama que começou na esquerda, com Vitinho, a bola passou por Cuellar e Uribe, na área, e sobrou para Renê concluir, mas Geromel conseguiu desviar, impedindo o gol. O rubro-negro era superior em campo, mas não conseguia marcar e o 0 a 0 se mantinha no placar.

A mesma coisa acontecia no Allianz Parque, onde o Palmeiras também era senhor da partida, pressionava o América Mineiro, mas não balançava a rede. Com esses resultados, o Inter ficava fora da disputa, mas matematicamente o Fla permanecia vivo – cinco pontos atrás do líder, com seis em disputa nas duas últimas rodadas.

No finalzinho do primeiro tempo, em novo chute de fora da área, dessa vez de Diego, quase saiu o gol. Paulo Victor fez grande defesa à corner. E o primeiro tempo, no Rio, terminou mesmo 0 a 0. Tal e qual em São Paulo, onde coube a Borja perder gol feito, nos últimos minutos de um massacre em que o Palmeiras concluiu 14 vezes e o América Mineiro, nenhuma!

Intervalo dos jogos que começaram às 21h45mins, deu pra ver o finalzinho do Botafogo contra o Santos, na Vila Belmiro. Jogo igual, que terminou com o Glorioso pressionando em busca de sua quinta vitória consecutiva, que não veio. Aos 45 minutos, contudo, Gatito teve que realizar uma grande defesa e contar com a sorte, numa bola na trave, cabeceada por Marcelo, seu zagueiro. Empate justo.

Voltando aos jogos dos ponteiros, os segundos tempos começaram fervendo no Maracanã e no Allianz Parque, onde o Palmeiras marcou com Deyverson. Mas não valeu. O tresloucado atacante estava impedido. No Rio, o Fla armava logo boa jogada pela direita, com Pará obrigando Paulo Victor à mais uma grande defesa.

E o gol rubro-negro sairia em seguida. Na cobrança do escanteio, um bate-rebate na área, acabou com uma meia-bicicleta espetacular de Uribe e a rede finalmente balançou. Com esse resultado, o campeonato já não acabava mais na quarta-feira e poderia até ganhar em emoção, com a distância entre o líder e o vice-líder caindo para apenas três pontos.

Mas durou pouco essa situação. Logo o Palmeiras também marcava e com as duas vitórias, a diferença se mantinha em cinco pontos. Matematicamente, ao menos, o Flamengo se mantinha na luta. Só que ainda precisava confirmar sua vitória. E o Grêmio passava a atacar furiosamente em busca do empate.

Era preciso fazer o segundo gol e, numa cabeçada, após um escanteio, Rever quase marcou, mas Ramiro tirou a bola em cima da linha. Pouco depois Vitinho chutava nas nuvens, ao receber um passe açucarado, dentro da área. Não era hora de dar chance pro azar...

Até porque, em São Paulo, o Palmeiras logo liquidou a fatura, com o segundo, o terceiro e o quarto gols, praticamente em sequência. Manter o campeonato aberto passava a depender apenas do Fla. Que já tinha Berrio em campo, no lugar de Uribe. E voltava a criar boas tramas no ataque.

Segurar a vitória, àquela altura, valia mais que manter as chances de título (ainda que cada vez mais reduzidas), garantia matematicamente a vaga direta na Libertadores do ano que vem. O Grêmio, porém, continuava a lutar pelo empate e Everton Cebolinha quase empatou, de cabeça – a bola resvalou em Pará e foi à corner.

Dorival, então, colocou em campo Jean Lucas e Marlos Moreno, nos lugares de Everton Ribeiro e Vitinho. Os minutos finais prometiam muita emoção no Maracanã e ela veio, aos 42 minutos, quando o empate só não saiu porque César fez uma defesa monumental em cabeçada de Geromel.

No Allianz, com o jogo resolvido, Felipão era flagrado pela TV, perguntando quanto estava o jogo do Fla.

- Um a um? – quis saber, mostrando o placar com os dedos

- Um a zero? – conformou-se, com um gesto de “deixa pra lá”.

Não terminaria 1 a 0. Num contra-ataque puxado por Berrio (que tem entrado bem sempre), Diego marcou o segundo gol e garantiu a vitória rubro-negra, a vaga direta na Libertadores e o direito de sonhar por pelo menos mais uma rodada. Agora, tem que derrotar o Cruzeiro e, quem diria, torcer por uma vitória do Vasco sobre o Palmeiras...

Sonhar não custa nada.