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Pedreira no dia do aniversário

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O Flamengo faz 123 anos hoje, enfrentando o Santos, adversário contra o qual já decidiu um Brasileiro (o de 1983, tricampeonato rubro-negro e última partida de Zico, antes de se transferir para a Udinese) e fez também aquela que, em minha opinião, é, até hoje, a melhor partida de futebol jogada neste século, no Brasil: Fla 5 x 4, em plena Vila Belmiro, num duelo magnífico e inesquecível entre o jovem Neymar e o veterano Ronaldinho Gaúcho, em 2011. Um dos gols do santista lhe valeu, inclusive, o prêmio Puskás, de mais bonito do ano. Já o Dentuço marcou três vezes, comandando uma espetacular reação – o Santos chegou a abrir 3 a 0, no primeiro tempo.

Há um outro Flamengo x Santos, entretanto, do qual me recordo com especial carinho. Aconteceu em 2009, também na Vila, e o Fla saiu vencedor, por 2 a 1, dirigido pelo estreante, e ainda interino, Andrade. Na entrevista pós-jogo, em lágrimas, o técnico iniciante dedicou o raro triunfo na casa do adversário ao goleiro Zé Carlos, seu ex-companheiro, que falecera poucos dias antes, vítima de câncer. Começava ali a arrancada rubro-negra para o hexacampeonato, com Andrade no comando e Petkovic e Adriano liderando o time em campo.

O duelo de hoje, embora não tenha influência na decisão do título, vale muito para as duas equipes, que sonham com a Libertadores do ano que vem. O rubro-negro precisa dos três pontos para se manter no G-4 e garantir a vaga direta na fase de grupos. Já os santistas sonham com um lugar no G-6, onde poderiam estar desde a última rodada não fosse a surpreendente derrota para a Chapecoense, no Pacaembu.

O Santos tem vários desfalques: Carlos Sánchez, Bryan Ruiz e Derlis González estão com suas respectivas seleções e além disso, segundo Cuca, Luiz Felipe e Lucas Veríssimo seguem fora. O Flamengo também tem ausências: Renê, Arão e Paquetá.

A única vantagem rubro-negra é o Maracanã que, uma vez mais, deve ter público superior a 40 mil pagantes. O jogo tem tudo para ser tenso e equilibrado. Até porque os rubro-negros mais velhos têm uma trágica lembrança de outra partida realizada no dia de seu aniversário. Aconteceu em 1972 e acabou com uma goleada de 6 a 0 para o Botafogo. A forra só veio nove anos depois, com o timaço de Zico e Cia.

Tudo que o Flamengo não precisa nesta data festiva é de mais um presente de grego.

Invasão roxa

A chapa de oposição de Rodolfo Landim promete uma “invasão roxa” hoje, na Gávea, durante os tradicionais festejos de aniversário do clube. O candidato da situação Ricardo Lomba também aproveitará a data para fazer campanha na Gávea. Há temor de que o clima esquente na sede social.

Amanhã, também na Gávea, haverá o tradicional encontro das “embaixadas rubro-negras” espalhadas pelo Brasil. Com a recente demissão do responsável por elas, Maurício Mattos, o clima deve ser de hostilidade ao presidente Eduardo Bandeira de Mello, que dificilmente participará do evento.

Em sua via-crúcis de abandonos e demissões, Bandeira afastou ontem do departamento jurídico o advogado Michel Assef Filho, que há anos defendia o clube, seguindo os passos do pai, velho componente da FAF, de Márcio Braga. Aquele manjado ditado político que diz que, em final de mandato, o cafezinho chega frio na sala do presidente, foi depurado na Gávea. Nem café chega mais.

Outro castigo

Mais uma vez, o Vasco não merecia o castigo. Apesar de desfalcado de seus dois principais jogadores (Yago Pikachu e Maxi López) e de ter perdido mais dois titulares, por contusão, ainda no primeiro tempo (Ramon e Rildo), o time de Alberto Valentim teve uma atuação corajosa e quase conquistou uma vitória que seria importantíssima e heroica, em São Januário, contra o Atlético Paranaense. Já nos acréscimos, porém, cedeu o empate e deixou escapar pontos preciosos, como aconteceu na rodada passada, contra o Grêmio.

O gol vascaíno foi do melhor jogador em campo, Thiago Galhardo, de pênalti, aos 21 minutos do segundo tempo, mas antes disso o time de Alberto Valentim já tinha criado diversas boas oportunidades para marcar, com Kelvin, Rildo, Andrés Ríos e Giovani Augusto. A penalidade máxima foi cometida por um estabanado Pablo em Andrés Rios. Thiago bateu com calma, no meio do gol.

Com 1 a 0 no placar, o jogo se tornou dramático, com o Atlético pressionando muito e o Vasco defendendo os três pontos com o coração na ponta da chuteira. No último lance, veio o injusto castigo. Numa bola lançada para a área, Raul furou, Castan ainda conseguiu travar Pablo, mas Léo Pereira pegou a sobra e empatou. As quatro últimas rodadas serão testes para cardíacos. A quarta degola nos últimos 11 anos continua a ser uma possibilidade real e palpável.

Barbas de molho

A derrota do Fluminense para o virtual campeão Palmeiras, na Allianz Arena, era até previsível. Mas com três derrotas e um empate nos últimos quatros jogos, o tricolor tem de colocar as barbas de molho. A distância para o Z-4 vai caindo e se a Chapecoense não perder para o Botafogo, hoje, na Arena Condá, apenas três pontos separarão o Flu da zona da degola. Faltando quatro rodadas para o fim do campeonato, o tricolor precisa somar, no mínimo, mais quatro pontos.