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Técnico novo, velhos defeitos

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Em sua reestreia no Flamengo, Dorival Jr. não inventou e escalou os melhores disponíveis, colocando Lucas Paquetá na posição de Diego e prestigiando Trauco, Arão, Lincoln e Vitinho. Mas, não poderia ser diferente, todos os defeitos da época de Maurício Barbieri continuavam lá. O esquema insosso, baseado em toques de bola para os lados e para trás, os muitos erros de passes, a lentidão na passagem da defesa para o ataque, a falta das jogadas de linha de fundo, os infrutíferos chuveirinhos e a enervante falta de objetividade dos homens de frente. Como vencer assim?

Bem que Dorival insistiu, à beira do campo, por um futebol mais incisivo. Conseguiu até que o time saísse do sufoco que levou, no primeiro tempo, para um domínio maior do campo, após o intervalo. Mas a conhecida dificuldade para transformar a maior posse de bola em gols seguia a mesma. E as parcas opções para tentar melhorar a situação também.

Saiu Lincoln (apagadíssimo), entrou Marlos Moreno e o rendimento rubro-negro até piorou. O Bahia voltou a criar as melhores oportunidades para marcar e o Fla passou a jogar em contra-ataques. Dorival ainda trocou Trauco (que sentiu a perna) por Renê e, depois, colocou Berrio no lugar de Vitinho, mas nada mudou. E, com o 0 a 0, o Flamengo caiu para a quinta posição (já não tem mais nem vaga direta na Libertadores) e a distância para o líder pode voltar a cinco pontos. Vai ser dura a vida de Dorival...


Contraste doloroso
Como é duro assistir a Chelsea x Liverpool (jogaço) e a Real Madrid x Atlético de Madrid e, em seguida, a Fluminense x Grêmio. O único lance digno de registro no paupérrimo duelo dos nossos tricolores, no Nílton Santos, foi o golaço de calcanhar, de Everton Cebolinha, que entrou somente na metade do segundo tempo, para dar a vitória ao time reserva escalado por Renato Gaúcho. Que abismo técnico colossal separa, hoje em dia, o Campeonato Brasileiro dos principais torneios europeus. Triste...

Salve o Ameriquinha
Comecei minha carreira no jornalismo esportivo cobrindo o América, no velho campo da rua Teodoro Silva. O ano era o de 1976, o técnico, Danilo Alvim, o “Príncipe” (apelido de seus tempos de jogador) e a formação titular impunha respeito a qualquer adversário – mesmo os grandes: País, Orlando, Alex, Geraldo e Álvaro; Ivo, Bráulio e Renato; Flecha, Luisinho Tombo e Gílson Nunes. Pouco antes, jogavam ainda no meio-campo cracaços como Edu (irmão de Zico) e Tadeu Ricci. Bons tempos.

Não tenho mais a esperança de voltar a ver uma equipe tão forte com a simpática camisa vermelha daquele que era o segundo time de coração de todas as torcidas. Mas é muito bom ver o Ameriquinha voltar a ganhar um título, como o que levantou agora, na Série B do Estadual do Rio.

Que consiga, a partir de agora, manter-se na elite do Carioquinha onde, nos meus tempos de foca, era considerado um dos grandes e seus clássicos com Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo levavam cem mil torcedores ao velho Maracanã. Que saudade.


Bela surpresa
Confesso, não esperava muito da seleção brasileira masculina de vôlei, neste Mundial. Mas, jogo após jogo, o time dirigido por Renan foi crescendo e disputa hoje a final contra a Polônia, com boas chances de conquistar o seu quarto título do mundo – o Brasil esteve presente nas últimas quatro finais, vencendo três.

A equipe inteira vem jogando bem (inclusive os reservas), mas um jogador, em especial, tem me enchido os olhos: o ponteiro Douglas Souza, um senhor atacante, principal pontuador na vitória sobre a Sérvia, na semifinal, suplantando até o oposto Wallace, normalmente, a válvula de segurança do sexteto brasileiro.

A Polônia é a atual campeã do mundo, tendo derrotado o Brasil por 3 a 1, há quatro anos, no Mundial que sediou. Venceu os EUA por 3 a 2, ontem à tarde, o que deve fazê-la pisar a quadra italiana, logo mais, bem mais desgastada que os brasileiros, que jogaram na hora do almoço e ganharam por 3 a 0. Ganhe quem ganhar, tem tudo para ser um jogão de voleibol.

O único ponto negativo da campanha brasileira até agora foi a atitude extremamente antidesportiva e antiética de Renan, ao jogar propositalmente uma bola na quadra, tentando prejudicar um ataque adversário, no jogo contra a Rússia. Ficou mais feio ainda porque, em vez de assumir o erro e se desculpar, o treinador, em nota oficial, afirmou que não fez por querer... O vídeo o desmente categoricamente. Por isso foi suspenso e não pode dirigir o Brasil contra os EUA.


Inesperada decepção
Esporte que, tradicionalmente, garante muitas medalhas ao Brasil, em competições internacionais, o judô dessa vez ficou devendo. O time brasileiro ganhou apenas uma medalha individual de bronze (Érica Miranda, na categoria até 52 kgs) e, por equipes acabou em sétimo lugar, em Baku. Nem nossas medalhistas olímpicas Mayra Aguiar e Rafaela Silva conseguiram bons resultados. É hora de fazer um balanço sério para não deixar que se perca o brilho de um esporte no qual sempre fomos da elite.


Pastos vergonhosos
O gramado do Nílton Santos está péssimo. É impressionante como a maioria dos nossos dirigentes se mostra absolutamente incapaz de cuidar dos campos de seus estádios. Até a grama artificial da Arena da Baixada já não é lá grande coisa. Só no Brasil...