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Instituição Total

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O ex-prefeito do Rio e vereador pelo DEM, estreia hoje como colaborador da Coluna Coisas da Política com textos de seu ‘Ex-Blog do Cesar Maia’.

1. Jornal Nacional de 15/01/2019: O ministro da secretaria de governo general Carlos Alberto dos Santos Cruz disse que a incorporação de militares na gestão federal é um aumento de responsabilidade. O militar tem uma característica, ele faz parte de uma das instituições chamada “Instituição Total. Quando ele faz uma coisa errada, ele não faz só para ele, ele denigre toda a instituição. Então, nossa responsabilidade é muito grande. Só isso”, disse.

2. Frank D. McCann, em seu consagrado livro “Soldados da Pátria”: História do Exército Brasileiro 1889-1947”, desenvolve o conceito de Instituição Total aplicada ao Exército Brasileiro, a partir das páginas 16 e 17. Segue o texto transcrito:

3. “Por sua própria natureza, um Exército é diferente de outras instituições sociais. Como principal agente da violência do Estado, destaca-se e possui características especiais como organização social. Um Exército é uma instituição total, no sentido do termo empregado por Erving Goffman: seus membros distinguem-se de outros que seguem estilos de vida diferentes. Uma “característica central das instituições totais” é a ruptura das barreiras que separam as três esferas da vida - sono, lazer e trabalho - por meio do controle de onde, quando e como elas ocorrem.

As instituições totais tendem a separar seus membros da sociedade circundante e empurrá-los para uma rotina rigorosamente controlada segundo um “único plano racional pretensamente formulado para atender aos objetivos oficiais da instituição”. Instituições desse tipo compõem-se de pessoas divididas em um numeroso grupo de indivíduos dirigidos e um pequeno grupo de supervisores, com pouca mobilidade social entre eles e modos específicos de lidar uns com os outros.

As instituições totais socializam seus membros de maneiras específicas que moldam seu pensamento, autoimagem e comportamento. Obviamente seria de esperar que uma instituição total no Brasil reflita aspectos da cultura brasileira que a distinguem de instituições semelhantes em outros países.

Vem aí o Fórum Mundial de Davos

(Por Tássia Kastner - Folha de S.Paulo)

Disputas econômicas e políticas entre países e mudanças em regras de acordos comerciais são citadas como os principais riscos globais para 2019, em relatório divulgado pelo Fórum Econômico Mundial nesta quarta-feira.

Não à toa, investidores seguem preocupados com o andamento de um acordo que possa colocar fim à guerra comercial travada entre Estados Unidos e China há quase um ano, ao mesmo tempo em que o Reino Unido luta para chegar uma solução para o Brexit –a saída da União Europeia.

Segundo o relatório, o multilateralismo está em risco, com líderes políticos priorizando o discurso nacionalista. “O multilateralismo pode ser enfraquecido de inúmeras maneiras. Estados podem se retirar de acordos e instituições, eles podem intervir para evitar consensos e podem criar regras seletivas para futuras normas e regras”, escreveu o órgão.

Sobre a deterioração das relações comerciais, o documento lembra como a disputa entre Estados Unidos e China se deteriorou rapidamente ao longo de 2018 e destacou como a piora na tensão entre os dois países levou a revisões para o PIB global.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu em outubro do ano passado a projeção de crescimento do Estados Unidos de 2,9%, em 2018, para 2,4% em 2019. Já a economia chinesa deve perder força de 6,6% para 6,2%.

“Qualquer desaceleração global irá adicionar turbulência para países em desenvolvimento, que já estão enfrentando altas em taxas de juros e, em alguns casos, estresses na política doméstica”, destaca o documento.

O relatório destacou ainda riscos para o investimento direto estrangeiro nos países, com barreiras à compra de empresas na Europa e nos Estados Unidos, especialmente por parte de grupos chineses.