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Como uma cidade inteligente deve tratar a questão da água

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Tenho recebido muitos e-mails solicitando falar mais sobre a questão da água e como uma cidade inteligente deveria ter tratado do tema.

Quando vamos abrir alguma empresa ou mesmo construir um condomínio, um prédio ou uma estrada, são solicitados estudos ambientais em maior ou menor escala dependendo do potencial impacto que possa causar.

Uma cidade inteligente é construída com cidadãos que participam politicamente e são comprometidos com seus deveres cívicos. Não digo a participação político-partidária, mas aquela que estuda em quem votar e cobra responsabilidade dos eleitos.

Como o tema da água, tão fundamental a nossa existência, foi tratado nas últimas décadas? Quem saberia me responder? Qual o nível de automação que a CEDAE tem hoje? Quais os riscos de erros ou mesmo desvios com a falta de automação? Precisamos saber.

Vemos que existe desproporção na cobrança dos estudos de impacto ambiental, solicitando mais de uns e menos de outros. Desproporção na fiscalização que, por vezes, se preocupa mais com pequenos empresários e empreendimentos do que com os grandes. Empresas beneficiadas por esta flexibilização podem ter contribuído com a crise hídrica do Rio de Janeiro.

Não falo aqui de um aumento de fiscalização que inviabilize operações, pois as cidades vivem dos empreendimentos que nelas existem. Precisamos de um ambiente de negócios favorável, porém não desigual. Não dá para a legislação definir regras e estas regras serem flexibilizadas ao extremo para alguns, aqueles que assumem risco de operarem em desconformidade, enquanto outros que buscam o certo, sejam penalizados com custos, custos esses necessários. Assim a concorrência fica desigual, o que não contribui para um ambiente de negócios favorável.

Precisamos investir no funcionário público, qualificando-os a uma realidade mais dinâmica, mostrando que quando uma pessoa arrisca seu tempo e capital ele está contribuindo, com seu sangue, para o desenvolvimento da sociedade ao qual pertence. O funcionário do serviço público deve ser respeitado e valorizado. Todos os atores do desenvolvimento devem acreditar no país e que sua contribuição é fundamental nesta construção mais justa e equilibrada.

Conclamo aqui aos funcionários públicos responsáveis com seus deveres cívicos, antes de tudo, que caminhem na direção de auxiliar este desenvolvimento buscando exemplos a nível mundial de como informar e apoiar o desenvolvimento de novas empresas e empreendimento nas cidades brasileiras.

As 62 cidades do Estado do Rio de Janeiro contam com uma população de grande proporção no total do Estado, cada cidadão tem o dever de colaborar para sairmos desta crise hídrica. Hoje é muito fácil com os celulares em mãos. Despejos irregulares de material orgânico e inorgânico, de produtos químicos, tanto no solo como nos rios, lagoas e mar, devem ser denunciados. Cidadãos presenciam muitas vezes estas irregularidades e devem denunciar. Somos os agentes da transformação de nossa sociedade. Quando você pensar que “não deve se meter”, lembre-se que vai sofrer muito mais com a sua falta de contribuição.

DENUNCIE, acione o MP - Ministério Público do seu Estado e solicite uma averiguação. No Rio de Janeiro - MPRJ, em São Paulo - MPSP ou pelo telefone 127 em todo território nacional.

Assim seguimos na construção das cidades inteligentes no Brasil.

Gosta do assunto e quer sugerir algum tema? Envie um e-mail para [email protected]

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água | cedae