A iluminação das cidades e seus equipamentos - parte 2

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Por RICARDO SALLES

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A iluminação deve estar integrada à realidade ESG, e não podemos confundir potência (W) com qualidade da iluminação (lux = lúmens/m2, facho e índice de reprodução de cor). Não podemos continuar criando demandas de energia sem que ambientalmente estejam alinhadas às realidades atuais. Hoje existem alternativas para compensarmos este consumo adicional de energia inerente ao crescimento natural das comunidades. Podemos, por exemplo, criar coberturas de estacionamentos, e nelas gerarmos energia com placas fotovoltaicas, ou mesmo incentivarmos prefeituras a gerar energia com a parte orgânica do RSU - Resíduo Sólido Urbano. Vamos criar a economia circular.

Na fase de simulações de projeto há uma série de programas que auxiliam e vão desde sistemas BIM (Building Information Model), exemplo, o Revit da Autodesk, até sistemas mais simples e gratuitos, como o poderoso Dialux Evo.

Definido nos cálculos o posicionamento, a altura e distância de postes, comprimento de braço e inclinação de luminárias, os desenhos são feitos para que a equipe de instalação possa executar adequadamente.

 

Nas cidades, ainda temos seus equipamentos, museus, praças públicas, teatros e as arenas esportivas, dentre outros. Estes devem seguir os mesmos critérios, mas vamos a um bom exemplo, em um campo de futebol, segundo a Fifa, deve haver no mínimo 2.000 lux; só como referência, uma via pública de alto fluxo como a Esplanada dos Ministérios, no DF, a Av. das Américas, no RJ, ou a Avenida Brigadeiro Faria Lima, em SP, deve ter no mínimo 30 lux, conforme determinação da ABNT.

Um campo de golfe é outro exemplo, hoje é importante o uso destes equipamentos à noite, e a iluminação é fundamental. É identificado o campo de visão, o curso e a velocidade da bola, daí são definidas as características dos equipamentos de iluminação LED.

As obras arquitetônicas de uma cidade podem e devem ser iluminadas adequadamente para fomentar o turismo, embelezando as cidades à noite. Um bom exemplo disso foi o recente retrofit da iluminação da Igreja da Penha, no Rio de Janeiro, colocando o monumento em posição de destaque a quem chega à cidade de avião, ou mesmo pela Ponte Rio-Niterói, que a sua esquerda vê o Cristo Redentor e, à direita, no mesmo nível de intensidade e definição, a Igreja da Penha.

Na Ponte do Saber, assim como em show de música, o projeto conta com os mais modernos projetores LED com programação DMX, onde a iluminação, controlada por um computador, assumia variações como se fosse uma grande harpa sendo tocada.

A inteligência das cidades está em toda sua construção, mas o grand finale é a telegestão do sistema de iluminação, ou melhor, é o primeiro passo na aplicação de tecnologias de gestão remota. Somada à telegestão, quando há fibra ótica ou mesmo o 5G da telefonia, podemos acoplar câmeras para controle de tráfego e segurança, além de microfones para capturar sons que auxiliam na identificação de tiros ou mesmo de acidentes.

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