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Facebook apaga 23 páginas de notícias falsas na Itália

Metade delas apoiava os partidos Liga e Movimento 5 Estrelas

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O Facebook fechou neste domingo (12) 23 páginas italianas acusadas de difundir notícias falsas e conteúdos de ódio. Metade delas apoiava abertamente o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga, partidos que governam a Itália atualmente.

A decisão chega após uma denúncia da ONG ambientalista e de direitos humanos Avaaz e atinge páginas que totalizavam quase 2,5 milhões de seguidores. Quase todas divulgavam teorias conspiratórias e de extrema direita, como conteúdos contra migrantes e judeus e publicações antivacinas.

A mais ativa se chamava "Queremos o Movimento 5 Estrelas no governo" e tinha 130 mil seguidores, os quais eram abastecidos diariamente com notícias falsas, incluindo uma que acusava o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi de querer "censurar" a web.

Já a página "Liga Salvini Premier Santa Teresa di Riva" tinha 16 mil seguidores e chegou a difundir um vídeo que supostamente mostrava migrantes destruindo uma viatura de polícia. A postagem viralizou, mas na verdade se tratava de um filme.

"Removemos uma série de contas falsas e duplicadas que violavam nossas políticas de autenticidade, assim como diversas páginas por violação das políticas para mudança de nome. Também tomamos medidas contra algumas páginas que difundiram desinformação repetidamente", disse um porta-voz do Facebook na Itália.

A iniciativa chega a menos de duas semanas das eleições europeias de 26 de maio, quando a extrema direita pode alcançar um resultado inédito no bloco. "Estamos empenhados em proteger a integridade das eleições na União Europeia e em todo o mundo", garantiu a rede social.

O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, também secretário da Liga, reagiu à ação do Facebook e disse nesta segunda-feira (13) que existem "muitas fake news nos jornais oficiais". "Eu garanto a legalidade das eleições, e o Facebook faz seu trabalho, e o faz bem. A mim interessa que as eleições sejam transparentes e bem organizadas", declarou.

Já o ministro do Trabalho, vice-premier e líder do M5S, Luigi Di Maio, afirmou que as páginas fechadas não eram geridas pelo movimento. "No que me diz respeito, o tema das fake news é muito mais amplo. As maiores fake news que me atingiram partiram de sites de jornais prestigiosos", declarou.

Por sua vez, o governador do Lazio e secretário do opositor Partido Democrático (PD), Nicola Zingaretti, disse que a decisão do Facebook confirma que "Salvini e os 5 Estrelas obtêm apoio contando mentiras e por meio das fake news".

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itália | pd | salvini