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Cientistas descobrem evidência de que tubarões teriam caçado répteis voadores

Fato ocorria há 80 milhões de anos

CC0/Pixabay -
Tubarões caçadores aéreos
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"Agora sabemos que os tubarões caçavam os animais voadores há 80 milhões de anos", afirma um dos autores do novo estudo científico recém-divulgado.

Cientistas da Universidade do Sul da Califórnia (EUA) descobriram evidências de que os tubarões do período Cretáceo poderiam ter caçado grandes répteis voadores, como os pterossauros. Essa conclusão foi feita após análise de um objeto que havia ficado preso nas vértebras do pescoço de um Pteranodonte. Trata-se de um dente de um grande tubarão Cretoxyrhina mantelli.

O fóssil foi escavado na região de Smoky Hill Chalk (Kansas) na década de 60, mas não havia sido estudado até recentemente. Os resultados da pesquisa foram publicados na última sexta-feira (14) na revista PeerJ. O artigo explica que, embora anteriormente houvesse interações entre répteis voadores e certos peixes, incluindo tubarões, "até agora, as [interações] entre um Cretoxyrhina e um Pteranodonte não havia sido descritas".

David Hone da Queen Mary University of London (QMUL) e seus colegas identificaram o objeto preso em um esqueleto de pterodonte como sendo o dente de um Tubarão-ginsu.

Enigma de predadores antigos

No resumo de seu estudo, os cientistas indicaram que "não é possível concluir se a mordida reflete a um comportamento predatório". No entanto, em entrevista ao USC News, um dos autores da pesquisa, Michael Habib, não descartou essa hipótese.

"Há tubarões hoje em dia que caçam aves marinhas? Sim, existem. Isso é algo único, ou os grandes tubarões estavam caçando criaturas voadoras durante milhões de anos? A resposta é sim, eles fizeram isso", indicou Habib. "Agora sabemos que os tubarões caçaram animais voadores por 80 milhões de anos", ressaltou.

Segundo Habib, é possível que o ataque tenha ocorrido em um momento em que o pteranodonte — uma espécie que comia peixe — estava mais vulnerável, com suas asas estendidas sobre a água, ocasião em que o tubarão teria que pular na superfície do mar. Ou também poderia ter sido atacado enquanto se empoleirava ou decolava das águas marinhas, embora isso acontecesse com pouca frequência. Devido ao seu tamanho considerável, com uma envergadura de até sete metros, era difícil para que eles fizessem isso rapidamente.

Assim, o cientista concluiu que apesar de "sabermos que os grandes tubarões comiam pterossauros", agora podemos dizer que um grande predador poderia ter comido este pteranodonte quando entrou na água, "mas provavelmente nunca saberemos como exatamente".

O fóssil foi escavado na região de Smoky Hill Chalk (Kansas) na década de 60, mas não havia sido estudado até recentemente. Os resultados da pesquisa foram publicados na última sexta-feira (14) na revista PeerJ. O artigo explica que, embora anteriormente houvesse interações entre répteis voadores e certos peixes, incluindo tubarões, "até agora, as [interações] entre um Cretoxyrhina e um Pteranodonte não havia sido descritas".