ASSINE
search button

Cientistas descobrem 'parte' do Grand Canyon na Austrália

Pixabay/KeYang -
Grand Canyon
Compartilhar

Uma equipe de pesquisadores encontrou provas de que, no passado remoto, os territórios da Austrália e dos EUA teriam estado ligados entre si, fazendo parte de um único supercontinente.

Uma investigação realizada por cientistas australianos confirmou que, apesar de que a ilha da Tasmânia (Austrália) e o Grand Canyon do Arizona (EUA) se situam à distância de milhares de quilômetros, existe uma conexão geológica entre essas duas regiões.

Macaque in the trees
Grand Canyon (Foto: Pixabay/KeYang)

Como resume o portal Phys.org, isso aconteceu durante a existência do supercontinente Rodínia, há 1.1 bilhões de anos, cuja configuração tem sido objeto de debate no mundo científico há mais de duas décadas.

A equipe liderada pelo pesquisador Jacob Mulder encontrou uma estranha semelhança entre as rochas sedimentares do chamado Rocky Cape Group da Tasmânia e as do Unkar Group (localizado no Grand Canyon, no sudoeste dos EUA).

As rochas da Tasmânia confundiram os cientistas porque "não se assemelhavam" aos seus vizinhos australianos, pertencentes ao período Mesoproterozoico, disse Mulder. Portanto, a equipe decidiu analisar os grãos minerais de zircônio, que constituem uma pequena proporção delas, para descobrir sua origem.

Em resultado, os pesquisadores afirmaram que "as rochas do Grand Canyon não são apenas semelhantes às rochas da Tasmânia e têm a mesma idade", como os "zircões detríticos nas rochas sedimentares do Grand Canyon também compartilham a mesma estrutura geoquímica que os zircões nas sequências mesoproterozóicas da Tasmânia", disse o autor do estudo, publicado na revista Geology.

"Juntas, essas diferentes linhas de evidência apoiam a interpretação de que as rochas sedimentares tasmanianas faziam parte do mesmo sistema de bacias mesoproterozóicas que agora estão expostas no Grand Canyon", confirmou Mulder.

"Concluímos que, embora agora esteja do lado oposto do planeta, a Tasmânia deve ter estado ligada ao oeste dos Estados Unidos no Mesoproterozóico", acrescentou.

Segundo o cientista, o estudo sobre a configuração do supercontinente é importante para "entender os segredos da Rodínia, que tem permanecido um mistério por décadas".