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Descoberto 'peixe-vampiro' que morre com luz do Sol

Luca Scapoli -
Peixe-Vampiro
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Biólogos descobriram nas grutas da Somália um peixe extraordinário em cujas células falta o sistema especial responsável pela reparação de pequenas mutações do DNA, o que torna a luz solar mortalmente perigosa para ele, comunica a revista Current Biology.

Macaque in the trees
Peixe-Vampiro (Foto: Luca Scapoli)

"Estes peixes perderam de algum modo uma das partes mais antigas do sistema de reparação do DNA que têm praticamente todas as criaturas. O que é interessante é que algo parecido aconteceu apenas com um grupo de animais — os mamíferos placentários. Parece-me que isso fala de que os nossos antepassados viviam nas trevas profundas", comentou Nicholas Foulkes do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, Alemanha.

Examinando esse "peixe-vampiro", chamado Phreatichthys andruzzii, os cientistas descobriram que seus sistemas de reparação do DNA não reagem às mudanças da intensidade de iluminação no aquário e sempre permanecem "desligados".

Não é típico para os outros peixes de grutas, visto que eles sempre reagem à luz ativando os genes responsáveis pela defesa do genoma da radiação ultravioleta.

Como resultado, as ovas e os alevinos do Phreatichthys andruzzii morrem vários dias depois de serem expostos à luz ou serem afetados pela radiação ultravioleta.

Tal desordem genética se encontra entre as pessoas também e se chama de xerodermia pigmentosa.

A doença surge em resultado de rupturas no DNA que tornam a luz do sol mortalmente perigosa para tais pessoas, ao ponto de mesmo um curto passeio pelas ruas poder provocar a morte massiva de células da pele e o desenvolvimento de várias formas agressivas de câncer.

Cerca de uma pessoa em cada milhão sofre de tal doença, sendo elas chamadas de "crianças da Lua" ou "vampiros". Regra geral, os doentes não chegam aos 18 anos de idade.