Pesquisadores do Houston Methodist Hospital, nos EUA, estão desenvolvendo um exame de sangue capaz de identificar pacientes com câncer de mama com maior risco de desenvolver metástases cerebrais. Esse exame também poderia monitorar a progressão da doença e a resposta ao tratamento em tempo real. O estudo está na edição online do periódico científico Nature Communications.
Os pesquisadores conseguiram detectar um grupo distinto de células tumorais circulantes (CTCs) associadas à metástases cerebrais de câncer de mama. A descoberta ajuda a entender como as "sementes" da doença metastática podem prosperar em pacientes com câncer de mama e fazer com que ela se espalhe para o cérebro. Além disso, a pesquisa pode levar à criação de ferramentas de triagem mais sensíveis.
Segundo Marcela Balaro, médica coordenadora de Imagem Mamária do Richet Medicina e Diagnóstico (RJ) especializada em Radiologia no Instituto Nacional do Câncer (INCA), o fato de existir uma barreira entre o cérebro e a corrente sanguínea, faz com que as Células Tumorais Circulantes (CTC), relacionadas à metástase cerebral, sejam muito especializadas para conseguir penetrar e causar lesão no Sistema Nervoso Central (SNC), facilitando a identificação dessa alteração genética (singular). “Apesar do câncer de mama metastático não ser a forma de apresentação mais comum, tem importante impacto na sobrevida da paciente, sendo as áreas mais comuns osso, pulmão, cérebro e fígado”, completa Balaro.