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Estudo mostra qual melhor exame para descartar cálcio na artéria coronária 

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Um estudo feito por pesquisadores da Duke University mostra que para o propósito de descartar a presença de cálcio na artéria coronária em pacientes de baixo risco, e evitar tratamentos desnecessários, o exame mais indicado é o escore de cálcio (com resultado igual a zero sendo o ideal). 

Agora, se o objetivo for identificar pacientes de alto risco para eventos cardiovasculares maiores, e indicar tratamentos avançados (como revascularização, por exemplo), o teste funcional se mostrou a avaliação mais eficiente; incluindo teste ergométrico, de estresse cardíaco ou ecocardiograma de estresse. O trabalho foi divulgado no European Society of Cardiology, congresso que acontece em Barcelona, Espanha. A aterosclerose é o acúmulo de placas (de colesterol) nas paredes das artérias, obstruindo o fluxo sanguíneo – a doença não tem cura e não costuma apresentar sintomas até o rompimento dessas placas.

Por muito tempo o teste funcional foi o método preferido para avaliar a doença da artéria coronária em pacientes com dores no peito. Entretanto para identificar a doença em pacientes de baixo risco o exame não se mostrou tão eficiente. Enquanto isso, o escore de cálcio é um exame que permite visualização direta da ateroesclerose coronariana sem o uso de agulhas, contraste ou injeção. Inclusive, de acordo com as últimas diretrizes da American Heart Association e da American College os Cardiology Foundantion, o escore de cálcio é indicado para avaliar a doença coronariana em pacientes assintomáticos de baixo ou médio risco. Estudos anteriores também indicam o exame para identificar pacientes estáveis com dores brandas no peito e aqueles com dores agudas que procuram emergências.

O estudo avaliou mais de 10 mil pacientes na América do Norte, com dor no peito estável (ou dispnéia) e probabilidade intermediária para doença arterial coronariana obstrutiva. aleatoriamente selecionados para teste funcional ou testes anatômicos (exame de escore de cálcio). Os especialistas compararam resultados daqueles submetidos ao exame de escore de cálcio com os que fizeram teste funcional e dividiram os resultados como normais ou suave, moderado ou severamente anormais.  Entre as descobertas do estudo estão: um exame de escore de cálcio normal tem uma taxa de eventos cardiovasculares muito baixa e pode ser usado para evitar mais testes cardíacos em pacientes com dor no peito estável;  um resultado de teste funcional anormal, incluindo informações sobre exercício e sintomas, tem um valor de prognóstico moderado; e a angiografia por tomografia computadorizada da artéria coronária proporciona um melhor poder de prognóstico discriminatório do que o escore de cálcio ou o teste funcional. 

Segundo Marcelo Hadlich, médico cardiologista mestre pela UFRJ e fellow da Sociedade Europeia de Cardiologia, o estudo apresenta dados inéditos. “O escore de cálcio é um dos melhores exames atuais para ajudar a identificar o risco de um paciente ter um infarto em até 10 anos. Com esse estudo, pode-se dizer que a alta sensibilidade do exame pode ser útil também para alguns pacientes com sintomas”, explica o especialista.