O Herpes Zoster, conhecido popularmente como cobreiro, é causado pela reativação do vírus Varicela Zoster, o mesmo vírus que causa a varicela (catapora) geralmente durante a infância. O Varicela Zoster é um vírus que infecta, aproximadamente, 98% da população adulta, mas nem todos desenvolvam a doença.
A reativação do vírus pode ocorrer décadas após a infecção primária, ou seja, podemos ter tido catapora ou somente ter entrado em contato com o vírus e, após décadas, desenvolver o Herpes Zoster.
A doença se manifesta com o aparecimento de bolhas e vermelhidão na pele, causando dores com a sensação de agulhada, queimação ou choque e, às vezes, coceira. Sensações anormais na pele, como uma sensibilidade exagerada e dor com intensidades variáveis, são os sintomas mais comuns.
“Muitas vezes, o Herpes Zoster é confundido com alergia ou picadas de insetos, o que causa atraso no diagnóstico e grave prejuízo ao tratamento, que deve ser iniciado em até 72 horas após o início dos sintomas”, explica a geriatra Maisa Kairalla destacando que dores de cabeça, sensibilidade à luz, mal-estar e febre podem preceder o aparecimento das lesões que afetam, geralmente, tórax, pescoço, abdome e em menor frequência, mas com maior gravidade, a face.
A vermelhidão costuma permanecer por sete a 10 dias, com cura entre duas e quatro semanas. É possível ocorrer pigmentação da pele, podendo tornar-se permanente. Existem casos em que não há o aparecimento de lesões na pele. Quando isso acontece, denomina-se Zoster Sine Herpético, mais comum entre os idosos que apresentam comprometimento da imunidade. Esse tipo de manifestação dificulta o diagnóstico precoce e atrasando o tratamento.
A complicação mais comum do Herpes Zoster é a Neuralgia Pós-Herpética (NPH), uma dor crônica que pode durar de meses a anos e causa grande impacto na qualidade de vida, principalmente do idoso. “Por apresentar diminuição da imunidade celular, própria do envelhecimento, o impacto funcional com piora da qualidade de vida é maior. Aproximadamente um terço das pessoas idosas terá Herpes Zoster durante a vida”, diz a geriatra.
A prevenção das sequelas causadas pelo Herpes Zoster é particularmente importante entre as pessoas mais velhas por serem menos capazes de buscar atenção médica e, por terem uma reserva funcional diminuída para tolerar o tratamento medicamentoso, apresentam mais propensão a sofrer consequências sociais e psicológicas da NPH, causando isolamento social, anorexia, perda de peso, depressão e até mesmo a morte.
A médica conta que já existe vacina contra o Herpes Zoster e que ela é indicada para todos que tenham mais de 50 anos como medida preventiva. “Mesmo quem teve Herpes Zoster deve tomá-la. Seu uso não deve ser esquecido, especialmente para aqueles que possuem múltiplas comorbidades, em especial o Diabetes Mellitus, que apresenta maior propensão para a doença”.
Maisa Kairalla afirma que é preciso ter consciência de que o tratamento precoce é a melhor solução para evitar o agravo das consequências causadas pelo Herpes Zoster e estar atento à doença, relativamente pouco conhecida pela população.