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'NYT': Diabetes cresce no mundo com propagação da obesidade

Estudo registra aumento da doença em países em desenvolvimento

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A taxa global de diabetes quase dobrou nas últimas duas décadas, de acordo com um novo estudo, num momento em que a obesidade e os problemas de saúde que ela gera se espalham nos países em desenvolvimento. É o que diz um artigo de Sabrina Tavernise, do jornal americano The New York Times.

A prevalência da diabetes tem aumentado em países ricos por várias décadas, em grande parte puxada por aumentos na taxa de obesidade. Mais recentemente, países mais pobres começaram a seguir a tendência, com grandes aumentos em nações como China, México e Índia.

O estudo, publicado na segunda-feira na publicação médica britânica The Lancet, registrou um aumento de 45 % na prevalência da diabetes no mundo todo de 1990 a 2013. Quase todo o aumento foi do tipo 2, que costuma ser relacionado à obesidade e é a forma mais comum da doença.

Trabalhando com ratos, Dr. Gerard Karsenty da Columbia University descobriu que um hormônio liberado pelo osso pode ajudar a regular a glicose do sangue. 

Uma grande mudança está a caminho nos países em desenvolvimento, onde mortes por doenças transmissíveis como a malária e a tuberculose tiveram uma queda acentuada, e a incidência de doenças crônicas como câncer e diabetes está crescendo. O padrão está ligado à melhoria econômica e mais pessoas vivendo mais tempo, mas isso tem feito governos de países em desenvolvimento lutar para lidar com novas e frequentemente mais caras maneiras de tratar doenças.

O estudo, conduzido pelo Institute for Health Metrics and Evaluation, um grupo de pesquisa, foi financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. Os dados foram recolhidos de 35.000 fontes em 188 países, a maior pesquisa no ramo até hoje.

O estudo mediu o peso da doença ao calcular a proporção da população que vive com qualquer doença por ano. Descobriu-se que o número de pessoas vivendo com doença subiu — muito como resultado do crescimento e envelhecimento da população — mas que a taxa de enfermidade teve uma leve queda, indo de 114 por 1.000 pessoas em 1990 para 110 por 1.000 pessoas em 2013.

A China ajudou a puxar para cima o aumento na taxa mundial de diabetes. A prevalência da doença no país aumentou em cerca de 56% durante o período do estudo.

Mas não foi o país com o maior aumento. Nos Estados Unidos, a taxa subiu em 71%, e na Arábia Saudita em 60%. No México subiu em cerca de  52%.

Theo Vos, um professor de saúde global no instituto, com sede na Universidade de Washington, notou que enquanto a prevalência da diabetes teve um forte crescimento, as taxas de morte decorrentes da doença caíram substancialmente. Pessoas com diabetes estão vivendo mais tempo, ele disse, em parte porque os sistemas médicos melhoraram na prevenção das pessoas de morrer em decorrência de suas complicações.

“Num balanço geral a taxa está caindo — é melhor ficar vivo, mesmo se você tem uma doença,” disse ele. “Mas o lado negativo é que são necessários muito mais recursos do sistema de saúde para tratar pessoas com esses problemas crônicos.”

Investimentos nos sistemas de saúde de países de baixa renda há muito foram direcionadas para tratar doenças infecciosas, um padrão que precisa mudar, disse ele.