Jovens podem estar viciados em tecnologia e não largar os smartphones, mas uma pesquisa realizada pelo Pew Research Center, um dos mais importantes institutos dos Estados Unidos, mostra que 88% dos americanos entre 16 e 29 anos leram um livro no último ano e que 62% acreditam que muitas informações importantes não estão disponíveis na internet.
A pesquisa reúne informações de diversos anos de estudo sobre o papel das bibliotecas na vida norte-americana e o seu impacto nas comunidades com foco especial nos Millennials (grupo também conhecido como Geração Y), parcela da população que determinará o futuro das comunidades, bibliotecas, editoras e veículos de mídia em geral.
O uso de internet entre eles é quase universal, 98%, e as redes sociais são usadas por 90%. Os aparelhos smartphones estão nos bolsos de 77%, e muitos também ainda carregam o tablet (38%) e o leitor de livro eletrônico (24%). Como dito acima, 62% acreditam que muita informação útil não está on-line, o que significa um índice maior do que a opinião de 53% de americanos mais velhos. Até por terem tantos eletrônicos, 79% dos Millennials dizem que pessoas sem acesso à internet estão em clara desvantagem.
Millennials também possuem hábitos de leitura similares aos das pessoas com mais de 30 anos, mas têm mais chance de terem lido um livro nos últimos 12 meses. Cerca de 43% afirmam ter lido um livro (em qualquer formato) diariamente, proporção similar a de adultos mais velhos. De maneira geral, 88% dos americanos com menos de 30 anos leram um livro no último ano, contra 79% daqueles mais velhos. Jovens adultos alcançam pessoas na casa dos 30 e 40 anos em leitura de e-books, com 37% respondendo ter lido um livro neste formato no último ano.
Americanos com menos de 30 anos também usaram bibliotecas com a mesma frequência do que indivíduos mais velhos nos últimos 12 meses, mas têm maior chance de terem visitado o site da biblioteca. Assim como acontece com o restante da população, a maioria dos jovens sabe onde ficam as bibliotecas, mas dizem desconhecer os serviços que elas oferecem.
O Pew Research Center afirma, no entanto, que idade não é o único fator determinante quando se analisa o engajamento com bibliotecas. Pessoas com maiores recursos econômicos, sociais, tecnológicos e culturais tendem a usar e a valorizar as bibliotecas como parte deste contexto. O relacionamento com bibliotecas também aumenta em momentos chaves da vida como quando nasce uma criança na família, quando alguém está estudando ou em busca de um emprego.
A análise dos dados mostrou que mesmo entre os jovens existem certas diferenças. Aqueles entre 16 e 17 anos, que ainda estão no ensino médio, leem mais e tem maior chance de visitar uma biblioteca atrás de livros ou para pesquisar. Até por isso, alugam muito mais do que compram e aceitam mais sugestões das bibliotecas sobre o que ler. Por outro lado, são os que menos valorizam a existência das bibliotecas.
O próximo grupo, de 18 a 24 anos, frequenta universidades, tem menor probabilidade de visitar uma biblioteca pública, compra a maioria dos livros com que tem contato e lê notícias com mais regularidade do que os integrantes do primeiro grupo.
Finalmente, os entrevistados com idade entre 25 e 29 anos têm menor probabilidade de terem lido um livro no último ano do que um universitário, mas se mantêm mais atualizados com as notícias. Além disso, uma grande fatia (42%) é formada por pais, um grupo que visita bibliotecas com maior regularidade e que encontra nestes espaços um serviço que também julga importante para si e para a família.