De acordo com as informações divulgadas pela diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, o número de mortos desde o começo do ano na África em função da atual epidemia de ebola já ultrapassa o número de 1,9 mil. Os casos totais confirmados já estariam em cerca de 3,5 mil, de acordo com o apontado por Chan nesta quarta-feira (3) em Washington, Estados Unidos.
As informações apontam para um avanço expressivo na taxa de mortalidade da epidemia. O último relatório divulgado pela OMS na última sexta-feira (29) apontava para 1.552 mortes - cerca de 400 novos óbitos teriam acontecido na última semana, o que aumentaria para cerca de mil mortos apenas no último mês. Os casos totais também teriam aumentado substancialmente: no dia 29, o total era de 3.069, e em uma semana, cerca de 500 novos casos teriam sido identificados.
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Chan afirmou que a epidemia está avançando. Recentemente, a diretora-geral da OMS teria afirmado que o ebola se tornou uma ameaça mundial que necessita uma resposta mundial e que o surto ficaria ainda pior do que está antes de apresentar melhoras.
O número de mortos durante a atual epidemia já superou o total de mortes em todos os surtos anteriores e está sendo considerado por especialistas algo sem precedentes desde que a identificação do vírus em 1976. O surto mais grave teria sido o de 1976, com 602 casos e 431 mortes - muito inferior ainda aos números da atual epidemia.
Margaret Chan se disse esperançosa, apesar do avanço nos números de que a transmissão do Ebola seja contida entre os próximos seis e nove meses, havendo resposta internacional. Na Guiné, em Serra Leoa e na Libéria - onde o surto tem sido mais agressivo -, a intenção seria conseguir reverter a tendência de infecção nos próximos três meses.
Para o Senegal e a República Democrática do Congo, ambos com casos isolados de ebola, a intenção é já conter a transmissão localizada dentro de dois meses.
* Do programa de estágio JB