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Ministério de Saúde realizou simulação de caso de ebola em aeroporto do Rio

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Para colocar em prática as medidas adotadas pelo Governo Brasileiro em resposta a um eventual caso suspeito de Ebola em viajante internacional, foi realizada nesta sexta-feira (29) uma simulação no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão) e no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

A simulação teve como objetivo colocar em prática os planos de preparação e protocolos elaborados para essa situação, servindo como treinamento das instituições envolvidos na detecção e resposta, em condições que simulam um caso real.  O exercício contemplou todos os passos que devem ser adotados, a partir de uma comunicação do caso suspeito feito pela aeronave ao aeroporto internacional. A ação envolveu o transporte do paciente, a triagem das pessoas que tiveram contato com o passageiro e o atendimento no hospital de referência.

É importante ressaltar que foi um treinamento programado como parte do processo de preparação do Brasil. O Ministério da Saúde reafirma que não há caso suspeito ou confirmado de Ebola no Brasil e que o risco de transmissão por viajante internacional é considerado muito baixo pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS).

A ação teve início com a simulação da comunicação por parte de um comandante da aeronave às autoridades sanitárias sobre um caso de passageiro que apresentava febre e voltava de um dos países afetados pelo vírus Ebola. A partir daí, as equipes envolvidas na resposta colocaram em prática os protocolos vigentes. Foi realizada a transferência do avião para uma área remota, isolada do aeroporto, como é feito em uma situação real. Um soldado, que havia sido preparado para atuar como o passageiro com os sintomas da doença, foi retirado pelas equipes do Corpo de Bombeiros (composta por dois médicos e um enfermeiro), trajando os equipamentos de proteção individual recomendados.

Após receber o primeiro atendimento pelos profissionais de saúde, foi feita a remoção do suposto paciente pela unidade do Corpo de Bombeiros - que é preparada para realizar esse transporte sem riscos de contaminação - ao hospital de referência, no caso o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz. O suposto paciente recebeu atendimento e foi coletada uma amostra do seu sangue para realização do teste confirmatório. A amostra de sangue foi acondicionada segundo normas de biossegurança internacional. Em uma situação real, a amostra seria enviada ao Laboratório do Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, no Pará, que é o laboratório de referência para realizar o exame confirmatório de Ebola no país.

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Enquanto o suposto paciente era transferido e atendido, os profissionais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciaram as entrevistas individuais com cada um dos supostos passageiros e tripulantes para coletar dados, identificar quem teve ou pode ter tido contato com as secreções ou quem apresentava sintomas semelhantes ao do suposto paciente. “O objetivo deste exercício é treinar cada um dos procedimentos que estão envolvidos para que possamos aprender e reforçar a cadeia de ações ao atendimento a uma emergência de saúde como essa”, explicou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, nesta sexta-feira. Ele lembrou que na Copa do Mundo deste ano também foram realizados simulados para riscos, como acidentes com múltiplas vítimas e utilização intencional de agentes químicos e biológicos.

Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o treinamento é uma estratégia extremamente importante, não apenas para repassar cada procedimento, como também fazer correções de possíveis inadequações e, com isso, obter o máximo de eficiência em uma situação real que possa ocorrer. “Simulações são importantes para a preparação, pois nos permitem capacitar as equipes e aperfeiçoar o processo, em situações semelhantes às condições reais”, afirmou o secretário, mesmo ressaltando que o risco  de transmissão do Ebola no Brasil é baixíssimo.

A ação, que contou com cerca de 140 pessoas, foi realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Polícia Federal, Infraero, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); Fiocruz; Corpo de Bombeiros; Tam Linhas Aéreas e Concessionária RIO Galeão.  A simulação não alterou o funcionamento normal do aeroporto. Outros exercícios semelhantes deverão ser realizados no futuro, em distintos locais.

Surto de ebola é o mais violento da história

O Ebola é causado por um vírus e foi descoberto no continente africano em 1976. No atual surto, os casos foram identificados em Serra Leoa, Libéria, Guiné, e Nigéria – além dos mais recentes Congo e Senegal. Desde o início desse ano, a doença já matou mais de 1,5 mil pessoas e mais de 3 mil já foram contaminados.

O período de incubação do vírus pode durar até 21 dias e sua transmissão ocorre somente após o início dos sintomas, através de contato direto com secreções da pessoa infectada (incluindo cadáveres), assim como por contato com superfícies ou objetos contaminados. São considerados casos suspeitos os pacientes que apresentem febre de início súbito acompanhada de sinais de hemorragia e que tenham estado em algum dos países africanos infectados pelo vírus nos últimos 21 dias.