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Agropecuária causa grandes impactos nos biomas, diz IBGE

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O Atlas do Espaço Rural Brasileiro, que o IBGE lançou nesta sexta-feira, mostra que a agropecuária é uma das atividades humanas que causam maior impacto sobre o ambiente natural, alterando o equilíbrio ecológico e diminuindo a biodiversidade nos biomas. Dos seis biomas encontrados em território nacional, o que mais sofre pressão dessa atividade é o Pampa, que tem 71% da sua área ocupada com estabelecimentos agropecuários. 

Em seguida estão os biomas Pantanal, Mata Atlântica e Cerrado, que têm, respectivamente, 69%, 66% e 59% de suas áreas ocupadas com estabelecimentos agropecuários. Segundo o Censo Agropecuário 2006, apenas cerca de 20% dos estabelecimentos agropecuários no país tinham matas destinadas a Áreas de Preservação Permanente ou Reserva Legal.

As principais práticas agrícolas capazes de prevenir e controlar a erosão são o plantio em nível, o uso de terraços, a proteção de encostas e o plantio direto na palha. Além dessas práticas, são ainda importantes para a manutenção da fertilidade do solo a prática do pousio (interrupção de cultivo para permitir o descanso da terra) e a rotação de culturas. No Brasil, cerca de 40% dos estabelecimentos agropecuários não usam qualquer uma dessas práticas. 

O Centro-Oeste e o Norte apresentam os percentuais mais altos de estabelecimentos que não fazem uso de práticas agrícolas, com 64% e 50%, respectivamente. A região Sul é a que apresenta maior percentual de estabelecimentos que fazem uso de algumas dessas práticas agrícolas, aproximadamente 70%. A prática agrícola capaz de prevenir erosão mais utilizada era o plantio em nível, feita em cerca de 30% dos estabelecimentos. 

As queimadas eram usadas em 14% dos estabelecimentos do país, com maiores percentuais no Norte (26%) e Nordeste (22%).

Outro dado importante sobre a relação entre a atividade agropecuária e o meio ambiente é a forma de obtenção de energia. Segundo o Censo Agropecuário 2006, cerca de 30% dos estabelecimentos agropecuários não tinham acesso a energia elétrica. Entre os que tinham acesso, apenas 2% produziam a própria energia, principalmente a partir do aproveitamento de energia solar e da queima de combustíveis.