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Água em asteroides reforça teoria sobre vida na Terra

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Jornal do Brasil

DA REDAÇÃO - Água e compostos orgânicos foram detectados na superfície de um asteroide, a 300 milhões de quilômetros da Terra. A descoberta reforça a teoria de que os asteroides podem ter sido os responsáveis pela existência de água na Terra, e até mesmo pela surgimento de vida no planeta.

Os compostos orgânicos que detectamos aparentam ser cadeias extensas e complexas de moléculas. Ao caírem sobre a Terra estéril em forma de meteoritos, essas moléculas podem ter servido como um grande pontapé inicial no desenvolvimento da vida no planeta ensina Josh Emery, da Universidade do Tennessee.

A descoberta foi publicada na edição de quinta-feira da revista Nature em dois artigos. Um deles tem a participação de Thais Mothé Diniz, do Observatório de Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista na caracterização de pequenos corpos do Sistema Solar.

Os pesquisadores usaram o telescópio infravermelho da Nasa, em Mauna Kea, no Havaí na pesquisa. O asteroide 24 Themis tem cerca de 200 quilômetros de diâmetro e fica entre Marte e Júpiter. Segundo os pesquisadores, todo o asteroide está coberto por uma camada de gelo.

O gelo é bem mais frequente nos asteroides do que se pensava e pode até existir em seu interior observa Andrew Rivkin, da Universidade John Hopkins, outro cientista envolvido na descoberta.

Como a superfície do 24 Themis não é fria o suficiente para que o gelo possa permanecer ali por muito tempo, os pesquisadores deduzem que o seu interior pode ter uma grande quantidade de gelo.

Por isso, o gelo dos asteroides pode ser a resposta para o enigma de onde veio a água da Terra diz Josh Emery.

Segundo ele, o gelo evaporado é constantemente substituído pelo gelo contido no interior do asteroide, à medida que o vapor escapa da superfície.

Os cientistas ressaltam que, como o 24 Themis é parte de uma família de asteroides formada a partir de um grande impacto e da consequente fragmentação de um corpo muito maior, a descoberta leva a crer que o objeto original também tinha gelo, o que tem grandes implicações para o estudo da origem do Sistema Solar.

Trabalhos anteriores levaram a supor que a água da Terra seria proveniente de asteroides, mas até agora nenhum registro desta presença havia sido feita comenta Humberto Campins, da Universidade da Flórida Central, que também participou das pesquisas.