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Rede Limpa: Itamaraty apoia plano dos EUA que pode restringir participação chinesa no 5G

Participação do país na iniciativa foi anunciada pelo secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas

Reuters / Adrees Latif -
Trabalhadores instalam equipamentos 5G no Texas
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Os leilões das frequências para a implementação do 5G estão previstos para ocorrer em 2021 no Brasil. A participação do país na iniciativa foi anunciada pelo secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas do Itamaraty, embaixador Pedro Costa e Silva, em coletiva de imprensa que contou com a presença do secretário para Crescimento Econômico, Energia e Meio Ambiente do Departamento de Estado dos EUA, Keith Krach.

"O Brasil apoia os princípios contidos na proposta do Clean Network feita pelo EUA, inclusive na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico [OCDE], destinados a promover, no contexto do 5G e outras novas tecnologias, um ambiente seguro, transparente e compatível com os valores democráticos e liberdades fundamentais", afirmou o embaixador, segundo o portal G1.
Brasil e Huawei

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em setembro que ele decidirá os parâmetros para a utilização da tecnologia 5G no Brasil, tema que, embora esteja sobre a alçada da Anatel, envolve questões como segurança nacional e privacidade de dados, temas relacionados à Presidência da República.

A decisão do governo brasileiro poderia significar o afastamento da chinesa Huawei da disputa pelo 5G no país.

O apoio ao programa Clean Network foi feito no âmbito de uma parceria trilateral entre Brasil, EUA e Japão. Ao comentar sobre o acordo, o funcionário norte-americano, que se reuniu com vários empresários brasileiros, disse que o objetivo é reforçar a segurança e a confiança da rede.

"Juntos, nós três, Brasil, Japão e Estados Unidos, expressamos nosso comprometimento em garantir redes de 5G resilientes e confiáveis em apoio aos princípios de padrões de confiança digital , que formam a base do 5G Toolbox [da União Europeia], assim como da Clean Network", disse Krach.

Iniciativa conta com 50 países, dizem EUA
O programa Clean Network foi anunciado em agosto pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo. Segundo ele, quase 50 países fazem parte da iniciativa, que restringe a instalação de infraestrutura de telecomunicações da China.

Por meio de nota, o Itamaraty anunciou ainda o lançamento do Diálogo Trilateral Brasil-Estados Unidos-Japão (Jusbe), com objetivo de "assegurar um ecossistema de redes de comunicações que seja seguro, confiável e vibrante, bem como em desenvolver uma abordagem comum quanto à utilização de redes 5G transparentes, seguras e baseadas na livre e justa concorrência e no primado do direito, em linha com suas legislações nacionais, prioridades na formulação de políticas e obrigações internacionais".

O sistema 5G é parecido com o 4G, mas usa frequências de onda mais altas e capazes de carregar mais dados. (com agência Sputnik Brasil)