Quem duvidou que rock e samba pudessem fazer um par perfeito na Marquês de Sapucaí enganou-se redondamente. Isso porque a Mocidade Independente de Padre Miguel fez um desfile que levantou o público durante os 80 minutos de apresentação na Passarela do Samba. Destaque para a bateria que ousou com paradonas e mescla de diversos ritmos – dando certo destaque para o rock and rool.
O carnavalesco Alexandre Louzada apresentou um desfile linear com o início do festival no Rio de Janeiro, na década de 80. Com homenagens ao Iron Maiden e ao Queen - grandes atrações na primeira edição do festival, em 1985, ele abriu a apresentação. Depois foi a vez das homenagens às edições seguintes, incluindo àquelas feitas fora do país. Na comissão de frente "O delírio do roqueiro", o ícone do rock Serguei representou a materialização do rock brasileiro.
A comissão de frente, que se chamava 'Chiclete Eu Misturo com Banana’ contava com dançarinos fantasiados estilo rock dos anos 50, tinha uma alegoria em forma de guitarra de 20 m de altura e representava a mistura entre os diferentes estilos musicais.
No samba enredo, a Mocidade cantava: "pandeiro e guitarra, swing perfeito, não tem preconceito, a nossa união, meu baticumbum é diferente, não, não existe mais quente". O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira realizava evoluções com uma fantasia na cor verde e preta.
No abre-alas, diversas personalidades do rock nacional, como Raul Seixas e Renato Russo, eram representados por sósias em uma alegoria que contava com um Cadillac conversível e com uma misturas de cores fortes, como o verde, o rosa e o amarelo.
Uma das oito alegorias da escola trazia inúmeros foliões fantasiados de Freddie Mercurys prateados, o que representa a primeira edição do festival, em 1985. Como plumas não combinam com rock and rool ficou nítido pouco uso ao artigo tipicamente carnavalesco pela escola da Zona Oeste.
Já a bateria comandada pelo diretor Andrezinho, ex-integrante do grupo de pagode Molejo, foi ousada nas paradinhas, entoou diversas variações dos estilos musicais e realizou evoluções, trocando os lados de 280 componentes na avenida, levantando o público na Sapucaí. No final do desfile, Evandro Mesquita ainda subiu em uma estrutura e fez um solo de guitarra durante uma das paradinhas.
Um touro de cerca de 10 m fazia referência a ida do Rock in Rio à Espanha em um carro alegórico. Já em outra alegoria, uma grande estátua de Stevie Wonder tocava as teclas de um piano.
Criador do festival, Roberto Medina foi destaque no último carro da escola, ao lado de sua filha, a produtora Roberta Medina. Os dois tinham o samba na ponta da língua. O oitavo carro chamou-se "Apoteose - a nova edição", simbolizou a união do rock com o samba na Apotose. Exatamente o momento vivido pelos foliões da Mocidade nesta madrugada de segunda-feira.
Com Portal Terra