Julio Calmon, JB Online
RIO DE JANEIRO - Sem um artilheiro do Carioca desde 2001, o Flamengo inicia o ano com seu ataque em xeque. Obina ou Josiel é a dúvida da vez. Caso não descubra logo um homem-gol no elenco, o rubro-negro poderá deixar a liderança histórica na tabela de artilheiros do torneio, conquistada na década de 90, quando Romário foi goleador por quatro vezes seguidas. Se Victor Simões (atual vice-artilheiro) terminar em primeiro na lista, o Botafogo assumirá a liderança no total de artilheiros da história do Carioca. Atualmente, alvinegros e rubro-negros estão empatados com 29 títulos .
No domingo, Josiel viu suas chances de ser titular aumentarem. Quando parecia que o Flamengo perderia a invencibilidade para o Botafogo, o atacante rubro-negro só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes, dando o empate que garantiu a liderança do Grupo B. E só o gol que marcou no clássico já seria muito mais que o titular da posição fez em sete rodadas. Obina ainda não marcou um gol sequer na temporada. Josiel, por sua vez, fez três e é o artilheiro do time.
Se fosse pelos números, o titular deveria ser eu. Mas tem que respeitar o treinador. O que importa é que todo mundo esteja preparado, não importa o tempo que permanecer em campo disse Josiel
O atacante está certo. Pelo menos os números estão a favor dele. Enquanto seu rival começou jogando seis das sete partidas disputadas, ele só começou uma. Ao todo, Obina teve 464 minutos para marcar. Josiel teve muito menos, 193 minutos, com um gol a cada 64 disputados.
Bebeto aconselha Obina
Um dos goleadores rubro-negros na década de 80 foi Bebeto, artilheiro do Carioca pelo clube em 1988 e 89. Ontem, o tetracampeão mundial pela Seleção completou 45 anos de idade e esteve no Maracanã no dia anterior para assistir ao clássico. Assim como boa parte dos torcedores do Flamengo, Bebeto saiu do estádio com a impressão de que Josiel já merece ser titular.
O Cuca tem que dar uma chance para o Josiel. Ele está mostrando que merece e o Flamengo precisa de gols explicou o baiano, que torce pelo conterrâneo. O Obina tem que ter tranquilidade e tem que treinar. Percebi que ele estava muito ansioso. A torcida tem que ter um pouco de paciência com ele. As pessoas têm memória curta. Esquecem que ele já fez gols importantes pelo clube.