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Claude Troisgros alfineta MasterChef e diz que Mestre do Sabor não quer 'bater na cara de ninguém'

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Valorizar a cultura gastronômica do Brasil e o pequeno produtor é o intuito do novo reality show da Globo, Mestre do Sabor, que estreia nesta quinta-feira (10), depois de "A Dona do Pedaço". Em 12 episódios, 24 chefs profissionais vão disputar um prêmio de R$ 250 mil.

A cada programa, que tem algumas semelhanças com o MasterChef (Band), os competidores passam por testes e serão avaliados sob os olhares atentos dos jurados José Avillez, Kátia Barbosa e Leo Paixão. A apresentação será do francês Claude Troisgros, que já apresenta programas gastronômicos no GNT, e de seu fiel escudeiro, Batista.

Apesar das semelhanças com outros realities culinários, o Mestre do Sabor é um formato original criado pela Globo. "A gente trabalha há 15 anos na elaboração de quadros nos programas da casa e queríamos um formato novo. Hoje apresentamos esse projeto que é inovador e cujas fases mudam ao longo do tempo, assim como as regras e a dinâmica", explica o diretor LP Simonetti.

Na dinâmica do jogo, os três jurados provam as comidas às cegas, ou seja, eles não sabem nunca quem foi o cozinheiro e avaliam apenas o sabor. Cada um terá uma equipe de oito profissionais e, dentre as etapas, há aquelas em que eles disputam contra outras equipes e entre si (veja mais abaixo). Ao todo, serão seis etapas pelas quais os profissionais terão de passar. A cada uma delas, que pode ter mais de uma prova, vai ocorrendo uma triagem para que apenas os quatro melhores cheguem à decisão. 

Para o chef português José Avillez, será um prazer mesclar as culinárias do Brasil e de fora dele. "Vim de Portugal tentando tirar meu sotaque", brinca. "Aprendi muito sobre o produto brasileiro. Nós aprendemos muito também com os participantes. O programa vai mostrar emoção sem sensacionalismo, vai puxar o que o Brasil tem de mais rico, conhecer histórias por todos os cantos do país", define ele.

Parceiro de bancada, o chef mineiro Leo Paixão ressalta a qualidade dos participantes e o formato do programa que permite a eles criticarem de forma mais confortável. "O difícil foi encontrar um prato que não estivesse bom. É uma disputa entre gente boa. As falhas existem, e nós as enumeramos. O fato de ser uma avaliação às cegas nos deixa mais confortáveis para apontar alguma crítica."

Única mulher da equipe, a chef Kátia Barbosa afirma que no reality não haverá rótulos entre os jurados. "Não tem essa coisa do mais carrasco, do mais crítico ou do mais amigo. Tem só o que chora mais e o outro um pouco menos, porque vai ser emocionante", diverte-se.

COMPARAÇÕES COM MASTERCHEF

A comparação entre o Mestre do Sabor e MasterChef é inevitável, já que ambos são realities noturnos de culinária na TV aberta e têm chefs disputando um prêmio em dinheiro. Eles também são parecidos na composição do júri -os dois têm três chefs, sendo uma mulher e dois homens, um deles estrangeiro.

Além disso, em ambos os programas há um grande relógio controlando o tempo, área para fazer compras e uma contagem regressiva de deixar qualquer participante apreensivo. De acordo com o chef e apresentador Claude Troisgros, porém, há uma diferença essencial. 

"O nosso tem a função de valorizar o chef sem bater na cara de ninguém. A gente puxa o tempo inteiro o que o cara faz de melhor. Falamos palavras de carinho. Nunca alguém fará uma comida pior, mas uma que não ficou tão melhor quanto outra", explica Troisgros. 

No programa da Band, mesmo quando os participantes são chefs profissionais, Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça fazem críticas duras aos competidores quando a refeição não fica boa.  "A gente ajuda o chef a fazer a melhor comida", completa Troisgros.

Uma segunda diferença, diz o apresentador do Mestre do Sabor, é a valorização do pequeno produtor do Brasil. "Trouxemos várias pessoas do interior para contar suas histórias e cozinhar esses produtos raros. A gente fala de amor, a gente acolhe as pessoas."

Para a chef e jurada Kátia Barbosa, há vários motivos para que o Mestre do Sabor, na visão dela, se torne ao longo do tempo o principal reality de gastronomia da TV. "A decisão é de não ser só um reality que define quem é bom e quem é ruim. Queremos exaltar as belezas do Brasil e o talento dos chefs em criar. A comida quando feita com afeto se torna a melhor do mundo, mesmo que não tenha um empratamento perfeito. Alguém precisa falar na TV que há mais de 30 produtos da cultura gastronômica brasileira em extinção por falta de uso, por exemplo."

AMIZADE DE TROISGROS E BATISTÃO

Os chefs Claude Troisgros e seu braço direito, Batista, ou Batistão, como é chamado pelo amigo, têm quase 40 anos de cumplicidade. Eles já trabalham juntos na TV há 15 anos em programas do GNT e, agora, porém, o desafio será mais intenso na Globo.

"Estava acostumado a julgar, agora vou apresentar. Mudou um pouco, mas terei liberdade de participar de alguns julgamentos e de algumas degustações. E o Batista já não pode nem sair na rua, está famoso", conta Troisgros .

Batista fala do carinho pelo amigo, com quem diz ter aprendido tudo. "Nossa amizade vem de longo tempo, se estou aqui é por causa dele. Para o que der e vier, estaremos juntos."

Enquanto os candidatos cozinharem, Batista será o maior responsável por apoiar e ajudar em alguns momentos, claro, sem interferir no preparo. Será uma espécie de auxiliar com bom humor que já lhe é peculiar.

(Leonardo Volpato - FolhaPress)

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