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Quarta, 13 de agosto de 2025

'A menina do kung fu' encerra temporada no Teatro Glaucio Gill neste domingo

Bruno Coqueiro/Divulgação -
Além da inclusão, o empoderamento feminino e o bullying são temas abordados na peça
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Em tempo de empoderamento, o espetáculo infantil “A menina do kung fu”, que fala de uma garota cega decidida a aprender a arte marcial chinesa, cai como uma luva para incentivar a garotada – com qualquer tipo de limitação ou deficiência – a correr atrás de seus sonhos. Não é à toa, a peça fez muito sucesso em sua primeira temporada e encerra temporada neste domingo (01), no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana. As sessões são às 16h, aos sábados e domingos, sendo que a do último dia da temporada contará com acessibilidade na comunicação (audiodescrição e intérpretes de libras).

Macaque in the trees
Texto de Diego Molina une inclusão e acessibilidade (Foto: Bruno Coqueiro/Divulgação)

A história de Belinha, de 9 anos, emocionou as crianças que assistiram à primeira temporada da peça “A menina do kung fu” em julho, no Teatro Ipanema. Na estreia, por uma bela coincidência, havia na plateia uma menina também chamada Belinha e cega, com a mesma idade da personagem principal, que, ao final da sessão, estava radiante com a experiência de ter “assistido” ao espetáculo graças à audiodescrição. Ela confessou uma identificação total com a personagem, falando de todos os percalços que passa na vida real, a exemplo dos encenados na peça. Sinal da importância do texto de Diego Molina em favor da inclusão, da luta pelo direito das pessoas com deficiência e pelo fim dos preconceitos contra as minorias.

Com temas como bullying, empoderamento feminino e inclusão, o texto de Molina foi supervisionado por Bosco Brasil, e a montagem teve direção dividida entre Carolina Godinho e o próprio Molina. No elenco, estão Monique Vaillé, Fábio Nunes, Janaína Brasil, Victor Albuquerque e Jorge Neves.

A montagem – para crianças a partir dos cinco anos de idade, porém mais voltada ao público de 6 a 12 anos – conta a história de Belinha, menina de 9 anos, cega, que se matricula numa academia de kung fu. Logo no primeiro dia de aula, ela tem de encarar a desconfiança da turma e da professora, além das peripécias de Pedroca e seus amigos, que adoram fazer bullying. Dá para imaginar quantos desafios a personagem encara, não dá?

Macaque in the trees
Além da inclusão, o empoderamento feminino e o bullying são temas abordados na peça (Foto: Bruno Coqueiro/Divulgação)

Também foi um grande desafio escrever e montar a peça sem patrocínio, só contando com instituições e pessoas que acreditaram no projeto e aceitaram participar dele sem nenhum tipo de remuneração ou contribuíram, via crowdfunding, para os serviços de acessibilidade como audiodescrição e intérprete de libras. Afinal, não basta falar de inclusão. É preciso incluir. Assim, crianças com deficiência auditiva e visual podem fruir o espetáculo.

Diego escreveu o texto em 2010, quando ainda fazia parte do grupo Os inclusos e os sisos, da Escola de Gente e pegou a capacitação para realizar o desejo de escrever uma peça infanto-juvenil que unia inclusão e acessibilidade. Criou o texto justamente para tratar do assunto deficiência diretamente com a criança e seus pais. Porque, “apesar de pessoas com deficiência sempre terem existido (e sempre existirão), a inclusão é uma palavra extremamente contemporânea, ainda bastante complicada para a maioria das pessoas”, observa Molina. E por que falar dessas questões agora? “Porque simplesmente queremos dizer as coisas propostas pelo texto”, explica o autor.

“A menina do kung fu” fala mesmo é de gente – de todos os tipos, problemas, deficiências e limitações. “As relações humanas sempre serão uma pauta atual, e é disso que a peça fala: de construirmos um mundo onde as pessoas se relacionem melhor. E, quando falo em ‘pessoas’, falo de todos os tipos”, concluir Molina.

Ficha técnica: Texto: Diego Molina / Supervisão de texto: Bosco Brasil / Direção: Carolina Godinho e Diego Molina / Elenco: Fábio Nunes, Janaína Brasil, Jorge Neves, Monique Vaillé e Victor Albuquerque / Figurinos e adereços: Patrícia Muniz / Assistente de figurinos e desenhos: Letícia Langer / Cenografia: Diego Molina e Patrícia Muniz / Cenotécnica: Fátima Souza / Iluminação: Anderson Ratto / Trilha sonora: Pedro Nêgo / Visagismo: Diego Nardes / Assistente de visagismo: Lucas Souza / Design gráfico e ilustração: Marcelo Martinez / Laboratório Secreto / Instrutor de Kung Fu: Renan Nascimento / Instrutora de balé: Fabiana Valor / Intépretes de Libras: JDL Traduções - Acessibilidade na Comunicação / Davi de Jesus e Jadson Abraão / Fotografias: Bruno Coqueiro / Assessoria de imprensa: Sheila Gomes / Direção de produção: Janaína Brasil / Produção: Carolina Godinho, Diego Molina, Janaína Brasil e Monique Vaillé / Coprodução: Arte Nova e 2BB2 Produções Artísticas.

Serviço: A menina do kung fu / Local: Teatro Glaucio Gill / Endereço: Praça Cardeal Arcoverde s/nº, Copacabana, ao lado da estação do metrô / Temporada: Até 1° de setembro / Sábados e domingos, às 16h / Ingressos: R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia) – entrada gratuita para pessoas com deficiência / Classificação indicativa: livre / Haverá sessão com acessibilidade na comunicação (audiodescrição e intérpretes de libras) no dia 1° de setembro (domingo).

Bruno Coqueiro/Divulgação - Texto de Diego Molina une inclusão e acessibilidade
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teatro