CINEMA

Crítica - ‘Skinamarink: canção de ninar’, um terror experimental e diferente da média

Cotação: três estrelas

Por TOM LEÃO
nacovadoleao.blogspot.com.br

Publicado em 27/03/2023 às 15:10

Alterado em 27/03/2023 às 15:20

Cartaz do filme Divulgação

As plateias de cinema atuais, acostumadas a filmes onde sempre acontece alguma coisa a cada tantos minutos, para não dispersar a atenção de quem insiste em olhar o celular na sala escura, vão estranhar um bocado ‘Skinamarink: canção de ninar’ (‘Skinamarink’, 2022), filme de terror nada convencional. Praticamente mudo, e todo à base de ruídos e imagens que parecem captadas por câmeras de segurança, o filme prende a atenção. Ou entedia, dependendo do clima do espectador.

Ele se passa todo numa casa onde estão duas crianças, um menino de 4 e uma menina de 6 anos, sozinhas. Um dia, as crianças acordam pela manhã e descobrem que todas as portas e janelas dentro de sua casa desapareceram. Todos os telefones estão mudos e não há qualquer comunicação com o mundo exterior. Também não há qualquer vestígio de seus pais. Para lidar com a situação bizarra, os dois ficam na sala, brincando e assistindo a fitas de vídeo cassete com desenhos animados antigos. Isso ajuda a preencher o silêncio da casa e a distraí-los da situação assustadora e inexplicável.

O tempo todo, as crianças ficam na esperança de que, eventualmente, algum adulto venha resgatá-los. Mas, aos poucos, eles vão percebendo uma ‘presença’ no ambiente. Depois de uma noite dormindo na casa lacrada, coisas estranhas acontecem: objetos desaparecem, ruídos vêm do andar de cima, as luzes se apagam sozinhas. E a ‘presença’ vai ficando mais presente. Depois de um tempo, fica claro que algo/alguém está cuidando deles. Quem será?

E, assim, o filme segue, do começo ao fim, na penumbra, ruídos, poucas falas, sem trilha sonora (só a música dos desenhos animados), com o diretor Kyle Edward Ball lembrando algum filme/curta experimental do começo de carreira de David Lynch. Aliás, se fosse um curta, ‘Skinamarink’ seria mais eficaz, pois sua lentidão cansa. Mas é extremamente diferente do que você tem visto como ‘terror’, nos últimos anos.

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COTAÇÕES: ***** excelente / **** muito bom / *** bom / ** regular / * ruim / bola preta: péssimo.

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