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Diretor de "Bacurau" fala do orgulho de estar no júri da mostra oficial do Festival de Berlim

Clemens Bilan/ Getty Images -
Kleber Mendonça Filho com Sônia Braga em foto de arquivo
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Depois do anúncio de “Todos os Mortos”, de Marcos Dutra e Caetano Gotardo, concorrendo ao Urso de Ouro, e de 18 filmes (em produção e coprodução) nas Paralelas, o Brasil marca mais um tento na 70ª edição do Festival de Berlim, que acontece entre 20/2 a 1/3: o Júri internacional da mostra oficial – que será presidido pelo ator britânico Jeremy Irons – terá entre seus membros o brasileiro Kleber Mendonça Filho.

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Kleber Mendonça Filho com Sônia Braga em foto de arquivo (Foto: Clemens Bilan/ Getty Images)

Nascido em Recife (PE) em 1968, Mendonça Filho iniciou sua carreira como programador, crítico de cinema e jornalista em diversas mídias. Realizou vários curtas-metragens e estreou em longas com o documentário “Crítico”. Seguiram-se “O Som ao Redor” (2012), primeiro longa de ficção, listado pelo The New York Times como um dos dez melhores filmes do ano, “Aquarius” (2016), que concorreu à Palma em Cannes, e “Bacurau” (2019), em codireção com Juliano Dornelles, que foi exibido na competição do festival francês e ganhou o Prêmio do Júri.

Em entrevista ao JORNAL DO BRASIL, Mendonça Filho falou sobre o convite para o júri em Berlim e a situação atual da cultura no País.

O que representa o convite para integrar o júri da mostra oficial da Berlinale?

Representa a oportunidade de ver 18 filmes novos e conhecer novos amigos, uma dinâmica que me agrada muito, não importa o tamanho do festival. De curtas a documentários ou um festival grande como Berlim, eu sinto um orgulho e uma honra de poder colaborar com o cinema. Também devo dizer que é o primeiro ano de Carlos Chatrian como diretor artístico, bom estar lá acompanhando isso.

Como vê a participação do Brasil na Berlinale, uma das melhores dos últimos anos?

O Brasil, talvez você possa concordar, nunca teve tanto reconhecimento internacional e prestígio para o seu Cinema. 2020 foi um ano sem igual, de Sundance a Rotterdam, Berlim, Cannes, Locarno e Veneza. Creio que eu estar no júri da competição em Berlim resulta do prestígio, trazido não apenas pelo que venho fazendo, mas pela repercussão de “Bacurau” internacionalmente. Observo alarmado o desprezo que esse novo governo tem por uma área da economia que traz não apenas dinheiro para a indústria brasileira, mas representação internacional do país como cultura.

Além de Irons como Presidente e Mendonça Filho, os outros membros do Júri Internacional são:

A atriz Bérénice Bejo (Argentina / França)

A produtora Bettina Brokemper (Alemanha)

A diretora Annemarie Jacir (Palestina)

O dramaturgo e cineasta Kenneth Lonergan (EUA)

O ator Luca Marinelli (Itália)