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Festival de Brasília 2020 anuncia vencedores

Uma edição para ficar na história

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O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que encerrou sua 53ª edição na tarde de segunda (21) - iniciada no último dia 15 -, esteve por várias circunstâncias ameaçado de não acontecer. Mas felizmente aconteceu sob a curadoria do cineasta Silvio Tendler, que conseguiu reunir uma valorosa equipe e colocou no ar uma edição para ficar na história do festival e do cinema.

“Reunimos um time de primeira grandeza proporcional à magnitude do Festival”, comemorou Silvio.

Em uma cerimônia virtual, o Festival divulgou os premiados desta edição.

“Por Onde Anda Makunaíma?”, de Rodrigo Séllos, foi o vencedor, conquistando o título de melhor longa-metragem brasileiro.

“Ivan, o TerrirVel”, documentário do crítico e diretor Mario Abbade, ganhou o Prêmio Especial do Júri.

O Prêmio da Crítica Cinematográfica (Abraccine) foi para o documentário mineiro “Entre Nós Talvez Estejam Multidões”, de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito.

“Longe do Paraíso”, de Orlando Senna, única ficção selecionada para a mostra competitiva, conquistou o prêmio do Júri Popular.

O melhor curta-metragem foi o cearense “Noite de Seresta”, de Muniz Filho e Sávio Castanheira.

O Prêmio Marco Antônio Guimarães, criado pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB) em 1996, para o filme que melhor utilizar material de pesquisa cinematográfica do Cinema Brasileiro, foi para “Candango: Memórias de um Festival”, de Lino Meireles, não só pela perfeita utilização de imagens de arquivo, mas também pelo resgate de momentos da história política e cultural do País no período. “Candango” ganhou também o prêmio de Melhor Filme da Mostra Brasília.

UMA EDIÇÃO HISTÓRICA

O festival resgatou legados, foi um centro irradiador de ideias, homenageou o passado e indicou caminhos para o futuro. Em várias sessões de filmes e debates, privilegiou a diversidade e repudiou o preconceito com trabalhos realizados por LGBTQI+ e por negros, seguindo o caminho do Fazer, Assistir, Protagonizar e Ser espectador (a).

A edição revolucionou modelos tradicionais, fortalecendo o debate e mantendo seu título de “Festival mais político do país”.

Foi um festival que destacou fatos, memórias e lembranças que fizeram sua história. Não deixou de falar da importância de políticas públicas de preservação e sobre o futuro de nossa memória audiovisual.

Trocou ideias e busca de soluções com diretores humanistas como Ken Loach, que participou de um excelente debate sobre "O cinema como ferramenta política".

Será sempre lembrado como a edição que incluiu em sua programação o cinema e o meio ambiente, o cinema e a diversidade, o cinema independente, o cinema e o humanismo.

A programação privilegiou histórias reais e intervenções documentais na ficção, como foi o caso da sessão e painel de “O Homem que Virou Suco”, de João Batista de Andrade, protagonizado por José Dumont, tema deste ano do 42º Encontro do CPCB no Festival.

Em resumo, o FBCB 2020 – importante repetir e enfatizar – foi um evento para ficar na História não só dos Festivais, mas também do Cinema Brasileiro.

OS PREMIADOS

Longa-metragem brasileiro
. “Por Onde Anda Makunaíma?” (RO/RJ), de Rodrigo Séllos – melhor filme
. “Ivan, o TerrirVel” (RJ), de Mario Abbade – Prêmio Especial do Júri
. “A Luz de Mário Carneiro” (RJ), de Betse de Paula – Prêmio Especial de Montagem (Marta Luz)
. “Entre Nós Talvez Estejam Multidões” (MG/PE), de Aiano Bemfica e Pedro Maia de Brito – Prêmio da Crítica (Abraccine)
. “Longe do Paraíso”, de Orlando Senna (BA) – Júri Popular

Curta-metragem brasileiro
. “República” (SP), de Grace Passô – melhor filme, Prêmio da Crítica (Abraccine)
. “A Morte Branca do Feiticeiro Negro” (SC) – De Rodrigo Ribeiro – melhor direção, Prêmio Canal Brasil
. “A Tradicional Família Brasileira KATU”, de Rodrigo Senna (RN) – Prêmio Especial do Júri, Prêmio Cosme Alves Netto de Direitos Humanos
. “Pausa para o Café” (PR), de Tamiris Tertuliano – melhor atriz (Maya e Rosana Stavis), roteiro (Tamiris Tertuliano e William de Oliveira), montagem (Tamiris Tertuliano)
. “Inabitável” (PE), de Matheus Faria e Enock Carvalho – melhor fotografia (Gustavo Pessoa), menção honrosa para o elenco coletivo (liderado por Luciana Souza)
. “Quanto Pesa” (MA), de Breno Nina – melhor direção de arte (Cris Quaresma)
. “Distopia” (BA), de Lilih Curi – melhor som (Anna Luisa Penna, Emilio Le Roux e Fredshon Araújo)
. “Noite de Seresta” (CE), de Muniz Filho e Sávio Fernandes – Júri popular

Mostra Brasília – Longa-metragem
. “Candango: Memórias do Festival” (DF), de Lino Oliveira – melhor filme, Júri Popular, Prêmio Marco Antônio Guimarães por uso de material de arquivo (do CPCB)
. “Utopia Distopia” (DF-SP), de Jorge Bodanzky – Prêmio Especial do Júri
Mostra Brasília – Curta-metragem
. “Do Outro Lado” (DF), de David Murad – melhor filme
. “Rosas do Asfalto” (DF), de Daine Cortes – Prêmio Especial do Júri
. “Eric” (DF), de Letícia Castanheira – melhor direção, Júri Popular
. “Algoritmo” (DF), de Thiago Fostieri – melhor direção de arte (William Jungmann e Daniel Sena).