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Nobel de Literatura em 2020 vai para poeta Louise Glück

Americana de 77 anos é a 16ª mulher a vencer o prêmio

Foto: Shawn Thew -
Louise Glück é autora de mais de 10 coletâneas de poesias
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A poeta americana Louise Glück, 77 anos, conquistou nesta quinta-feira (8) o Prêmio Nobel de Literatura em 2020.

Segundo a Academia Sueca, responsável pela premiação, Glück foi laureada devido à sua "inconfundível voz poética que, com beleza austera, torna universal a existência individual".

A americana não estava entre os favoritos das casas de apostas para vencer o prêmio em 2020 e levará o Nobel de Literatura de volta para os Estados Unidos quatro anos depois da controversa escolha do músico Bob Dylan.

Autora de 12 coletâneas de poesias, Glück já havia conquistado o Pulitzer em 1993, por "The Wild Iris" ("A Íris Selvagem", em tradução livre), um de seus livros mais famosos. A poeta nasceu em Nova York, em 1943, e vive hoje em Cambridge, no estado de Massachusetts.

Também professora de inglês na Universidade Yale, ela fez sua estreia na poesia em 1968, com "Firstborn" ("Primogênito"), e logo foi aclamada como uma das principais autoras contemporâneas nos EUA.

"Infância e vida em família e as relações próximas com pais e irmãos são temas centrais em sua obra", diz Anders Olsson, presidente do Comitê do Nobel, acrescentando que Glück "busca o universal" e se inspira em "mitos clássicos, que estão presentes na maioria de suas obras".

"As vozes de Dido, Perséfone e Eurídice - a abandonada, a traída e a punida - são máscaras para um eu em transformação, tanto pessoal quanto universalmente válida", afirma Olsson em comunicado oficial. Glück é apenas a 16ª mulher a conquistar o prêmio em 120 anos de história do Nobel de Literatura.

A escolha também indica uma vontade do Nobel de Literatura de se manter longe de polêmicas após um dos períodos mais turbulentos de sua história. Além da controversa vitória de Bob Dylan, que relutou em aceitar o prêmio em 2016, a edição de 2018 teve de ser adiada para 2019 devido a escândalos que chacoalharam a Academia Sueca.

O fotógrafo Jean-Claude Arnault, marido de uma das integrantes do comitê na época, Katarina Frostenson, foi condenado em 2018 por dois estupros cometidos em 2011 e é acusado de ter vazado o nome do vencedor do Nobel de Literatura em sete ocasiões.

Além disso, seu clube literário recebia patrocínio da Academia Sueca, evidenciando um conflito de interesses com Frostenson.

Outra polêmica envolveu o vencedor do prêmio em 2019, Peter Handke, criticado por defender o ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic (1941-2006), que morreu enquanto aguardava julgamento por crimes contra a humanidade no Kosovo. (com agência Ansa)