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Pinóquio é pura magia

Fantasia e aspectos sociais se misturam em um Pinóquio para todas as idades.

Reprodução -
A nova adaptação de Pinóquio, do diretor Matteo Garrone, será exibida em noite de gala no festival
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A nova gerência do Festival de Berlim, representada pela diretora executiva Mariett Rissenbeek e o diretor artístico Carlo Chatrian, retirou a categoria “fora de competição” do evento. Como resultado, filmes não concorrentes estão sendo apresentados como parte da Gala Especial da Berlinale.

O convidado de destaque desta 70ª edição é o diretor italiano Matteo Garrone, com “Pinóquio”, mostrado hoje no Berlinale em lotadíssima sessão. “Garrone conseguiu recontar a conhecida história com seu próprio mundo de imagens. Embora seja fiel às ideias de Carlo Collodi, ele criou um Pinóquio bastante pessoal que é muito mais alegre do que experimentamos antes”, ressaltou Chatrian.

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No Festiva de Berlim, a coletiva de apresentação do filme Pinóquio (Foto: Maria Antônia Silveira Gonçalves)

Na releitura das peripécias do herói de pau – em adaptação livre de Garrone do livro infantil de Collodi – Federico Ielapi vive o boneco de madeira que sonha ser de carne e osso e Roberto Benigni interpreta o lenhador Geppetto que cria o boneco para substituir o filho que nunca teve. A excelente cinematografia de Nicolai Bruel está perfeitamente integrada à atmosfera italiana.

O conto ficou famoso pelo clássico filme de animação da Disney de 1940 e pelo próprio Benigni que dirigiu uma adaptação em 2002.

Embora um pouco longo, o final é contado de forma comovente fazendo com que o sentimento supere um eventual sentimentalismo. É um daqueles títulos raros que podem atrair grupos etários variados, como aconteceu em sua abertura de Natal na Itália com multidões que se acotovelaram para assistir ao filme.

Aqui em Berlim, após sessão prévia para a imprensa, Garrone, Benigni e equipe do filme participaram de uma coletiva com os jornalistas. O diretor deixou claro que sua releitura do clássico de Collodi sobre um boneco que ganha vida é um filme diferente para ele. “Estou muito feliz por sentir que cada quadro é muito meu. Além disso, eu queria fazer um filme que pudesse atingir um grande público”, ressaltou.

O cineasta italiano disse que permaneceu fiel ao conto original de Collodi e agradeceu calorosamente ao especialista britânico em maquiagem protética Mark Coulier por seu trabalho no filme. Benigni, como sempre, estava muito descontraído e, com declarações bastante engraçadas, provocou muitos risos na plateia.

Após um longo hiato na tela grande – a última vez tinha sido uma participação especial em “Para Roma com amor”, de Woody Allen (2012) – o ator descreveu como vê seu personagem. “No filme estou vivendo um pai como fiz em “A Vida é Bela”, mas desta vez estou vivendo um dos pais mais famosos do mundo”, afirmou Benigni acrescentando que ele certamente é a única pessoa no mundo que pode interpretar tanto Geppetto quanto Pinóquio.

Maria Antônia Silveira Gonçalves - No Festiva de Berlim, a coletiva de apresentação do filme Pinóquio