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Berlinale começa com filme sobre Salinger

Maria Antonia Silveira Gonçalves -
Entrevista coletiva antecedeu a exibição do filme My Salinger Year
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O Festival de Berlim deu início ontem (20) à sua maratona cinematográfica com a estreia mundial de “My Salinger Year”, do canadense Philippe Falardeau. O elenco estelar inclui, entre outros, Margaret Qualley e Sigourney Weaver.

A história segue a aspirante a poeta (Qualley), que trabalha como assistente de uma agente literária (Weaver). O trabalho dela é responder ao correio de fãs do cultuado autor J.D. Salinger, orgulho da agência.

Falardeau está de volta à Berlinale, onde já havia apresentado seu “C’est pas moi, je le jure” (não sou eu, eu juro) na mostra Geração, em 2009 quando ganhou o Urso de Cristal de melhor filme.

“Estou emocionado que “My Salinger Year” abra a Berlinale 2020. Não poderíamos esperar uma estreia mundial melhor. No passado, a Berlinale estreou com filmes maravilhosos de diretores consagrados. Nem preciso dizer o quanto estou honrado por estar entre eles”, ressaltou Falardeau, de 52 anos.

Antes da sessão de gala que aconteceu à noite no Palácio dos Festivais houve uma prévia do filme para a imprensa, seguida de entrevista com o diretor e equipe. A lotadíssima coletiva – da qual participou o Jornal do Brasil – foi divertida e bem humorada.

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Entrevista coletiva antecedeu a exibição do filme My Salinger Year (Foto: Maria Antonia Silveira Gonçalves)

Acompanhado de Weaver, Qualley e da produtora Joanna Rakoff, Falardeau começou explicando que, da mesma forma que a personagem do filme, ele ainda não tinha lido Salinger até escrever o primeiro rascunho. “Mas quando o li, eu mesmo fiquei surpreso de ter gostado tanto da obra e ter decidido fazer “My Salinger Year””, ressaltou.

Weaver – sempre muito aplaudida pela plateia – manifestou sua motivação para viver a agente literária, principalmente depois que leu o livro no qual o filme é baseado.

Respondendo à pergunta de um jornalista se já tinha tido alguma mudança significativa em sua vida, Qualley respondeu: “Sim, quando eu tinha 16 anos fui para Nova York, quando vivi uma experiência bem semelhante à que acontece no filme”, revelou a atriz.

Rakoff, por sua vez, destacou que se sentiu muito sortuda em trabalhar com Falardeau. “Ele esteve sempre aberto a tudo que eu tinha a dizer. Foi muito divertido trabalhar com ele”.

JÚRI OFICIAL

Como é de praxe, a manhã foi reservada para apresentação do Júri da mostra oficial que é presidido pelo ator britânico Jeremy Irons. Na coletiva, Irons apresentou os jurados que, uma composição bem diversificada:

A atriz Bérénice Bejo (Argentina / França)

A produtora Bettina Brokemper (Alemanha)

A diretora Annemarie Jacir (Palestina)

O dramaturgo e cineasta Kenneth Lonergan (EUA)

O ator Luca Marinelli (Itália)

Kleber Mendonça Filho (Brasil)

Carlo Chatrain, diretor da Berlinale, disse que o festival está honrado por ter Irons nesta edição de aniversário. “Seu talento e as escolhas que ele tomou como artista e como cidadão me fazem orgulhoso em recebê-lo como presidente do júri nesta 70ª edição de Berlim”, ressaltou Chatrain.

O ator começou explicando seu pensamento sobre um desempenho digno de prêmios. “É importante não apenas sentir a atuação na pessoa do artista, mas sentir o que ela transmite para nós”, ressaltou.

Em resposta à pergunta de um jornalista, Mendonça Filho expressou sua preocupação em relação à crise que o cinema brasileiro está enfrentando devido aos ataques e à atual política do governo do Pais para a área.