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Patrimônio Histórico de MG, cerâmica do Jequitinhonha tem mostra no Rio

No Museu de Folclore Edison Carneiro, a partir desta quinta (17)

Oscar Liberal/Divulgação -
Os pigmentos que colorem as peças de cerâmica são retirados do próprio barro
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Nesta quinta-feira, às 17h, será inaugurada, na Sala do Artista Popular (SAP) do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (CNFCP-Iphan), no Catete, a exposição Arte do barro, arte na vida – Caraí, MG, que vai até 24 de novembro, mostrando peças inéditas da tradicional cerâmica de Minas Gerais. A mostra é resultado de pesquisa feita pela antropóloga Guacira Waldeck.

Caraí fica a 32km da rodovia Rio/Bahia, na entrada de Padre Paraíso, um pequeno município do Vale do Jequitinhonha. Lá estão as comunidades de Córrego do Santo Antonio do Eurico e Ribeirão do Capivara, onde vivem grandes mestres e suas famílias, produtores de uma rica e tradicional cerâmica. Os trabalhos com barro no Vale começaram há quase um século com a confecção de peças utilitárias, panelas, moringas, brinquedos para as crianças, feitas por mulheres então chamadas de “paneleiras”.

A cerâmica figurativa - que hoje faz sucesso em todo o mundo - despontou na década de 1970 com as criações de grandes e originais artistas, como Noemisa Batista dos Santos (1947) e Ulisses Pereira Chaves (1924-2006), ambos filhos e netos de oleiras. Uma tradição que vem sendo mantida geração após geração. São trabalhos de autoria de familiares desses dois importantes ceramistas que estão em exposição.

Da família de Ulisses estarão expostas, entre outras obras, as máscaras e cabeças produzidas por seus filhos, Margarida Pereira Silva e José Maria Alves da Silva, e as cenas modeladas por sua neta Rosana Pereira Silva, em que sobressaem o diálogo com o avô, o encanto dos contos populares e dos filmes de animação. Já da família de Noemisa, estarão as bonecas de sua irmã Geralda Batista dos Santos, desde as que guardam na forma a moringa àquelas que retratam o cotidiano. Assim, a Sala do Artista Popular abre suas portas para o legado da transmissão de saberes desses artistas.

“Tudo, ou quase tudo, é feito de barro, as casas, os utensílios, os móveis... Até mesmo os pigmentos que colorem as peças de cerâmica são retirados do próprio barro”, conta Guacira Waldeck. Ela percorreu a região, sempre marcada pela alternância entre períodos de seca e de chuva, e pela pequena produção agrícola, que agora passou também a se destacar pelo trabalho dos ceramistas. “É um trabalho lindo, com muitas atividades compartilhadas por todos os membros da família. Ali toda a cadeia de produção é coletiva”, explica.

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Os pigmentos que colorem as peças de cerâmica são retirados do próprio barro (Foto: Oscar Liberal/Divulgação)

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Trabalhos de grandes mestres e suas famílias estarão expostos (Foto: Oscar Liberal/Divulgação)

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Os trabalhos com barro no Vale começaram há quase um século (Foto: Oscar Liberal/Divulgação)

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A rica e tradicional cerâmica do Vale do Jequitinhonha (Foto: Oscar Liberal/Divulgação)

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'Arte do barro, arte na vida - Caraí, MG' ficará em cartaz até 24/11 (Foto: Oscar Liberal/Divulgação)

SERVIÇO: Local: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular Serviço – Sala do Artista Popular / Endereço: Rua do Catete, 179. Telefone: 21 3826-4322 / Exposição Arte do barro, arte na vida – Caraí, MG / Inauguração: 17 de outubro, às 17h / Período: 17 de outubro a 24 de novembro de 2019 / Dias e horários: Terça-feira a sexta-feira, das 11h às 18h / Sábados, domingos e feriados, das 15 às 18h / Entrada Franca.

Oscar Liberal/Divulgação - Trabalhos de grandes mestres e suas famílias estarão expostos
Oscar Liberal/Divulgação - Os trabalhos com barro no Vale começaram há quase um século
Oscar Liberal/Divulgação - A rica e tradicional cerâmica do Vale do Jequitinhonha
Oscar Liberal/Divulgação - 'Arte do barro, arte na vida - Caraí, MG' ficará em cartaz até 24/11