POLÍTICA
O complô que culminou no 'Capitólio brasileiro'
Por POLÍTICA JB
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Publicado em 13/09/2025 às 07:00
Alterado em 13/09/2025 às 10:09
Bolsonaro está perto de ter de começar a cumprir, de fato, a prisão definitiva Foto: Ansa/AFP
As centenas de páginas sobre as mesas da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) percorrem os capítulos mais importantes que levaram à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, do "Punhal Verde e Amarelo", plano para assassinar seu rival Luiz Inácio Lula da Silva, até o assalto aos palácios da democracia em 8 de janeiro de 2023, uma espécie de versão tupiniquim da invasão ao Capitólio.
Com riqueza de detalhes, o julgamento listou os eventos que levaram às acusações de organização criminosa armada, tentativa de derrubada violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano agravado a patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado, transformando Bolsonaro no líder desse grupo.
Em particular, o "Punhal Verde e Amarelo" previa o envenenamento de Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do STF Alexandre de Moraes em dezembro de 2022.
O plano, elaborado por generais estrelados e ministros do círculo íntimo do ex-presidente, era acompanhado de uma minuta na qual Bolsonaro anulava o resultado das eleições e decretava Estado de Sítio, documento encontrado na própria mesa do ex-presidente na sede do Partido Liberal (PL).
Uma série de complôs que culminaram no 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas vestidos de verde e amarelo invadiram e depredaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o próprio Supremo para pedir uma intervenção militar contra o recém-empossado Lula, enquanto o ex-mandatário estava na Flórida.
O levante, de acordo com a acusação, foi resultado de um ano e meio de ataques sistemáticos de Bolsonaro ao sistema eleitoral, iniciados em julho de 2021, quando o então presidente, diante de uma popularidade em queda livre, fez uma transmissão ao vivo em pleno Palácio do Planalto para criticar as urnas eletrônicas.
Sem jamais apresentar provas de suas alegações, Bolsonaro chegou a dizer que só deixaria o poder "preso ou morto" e, com medo de perder as eleições, convocou embaixadores do mundo todo para questionar a lisura das urnas durante a pré-campanha de 2022. (com Ansa)