POLÍTICA
Em conferência do Brics, Lula critica 'chantagem' de Trump
Por POLÍTICA JB
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Publicado em 08/09/2025 às 12:30
Alterado em 08/09/2025 às 12:51
Lula também abordou guerras na Ucrânia e em Gaza em discurso para líderes do Brics
Foto: ANnsa/Epa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou as "chantagens" do governo de Donald Trump e defendeu uma solução "realista" para o conflito na Ucrânia, durante a videoconferência dos líderes do grupo Brics convocada pelo petista.
"A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para conquista de mercados e para interferir em questões domésticas. A imposição de medidas extraterritoriais ameaça nossas instituições", afirmou Lula, sem citar os EUA diretamente.
Em sua intervenção, o presidente destacou a necessidade de estreitar a articulação entre os integrantes do bloco. "Dividir para conquistar é a estratégia do unilateralismo. Cabe ao Brics mostrar que a cooperação supera qualquer forma de rivalidade. O comércio e a integração financeira entre nossos países oferecem opção segura para mitigar os efeitos do protecionismo", salientou.
Lula, que exerce a presidência temporária do Brics, ressaltou o papel do Novo Banco de Desenvolvimento "para a diversificação de nossas bases econômicas e para a promoção de uma transição justa e soberana".
O discurso foi realizado dois meses após a 17ª Cúpula de Presidentes do bloco, que hoje reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Sobre a guerra da Ucrânia, Lula disse ser necessário "pavimentar caminhos para uma solução realista que respeite as legítimas preocupações de segurança de todas as partes". Ele citou ainda o encontro entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, e os desdobramentos em Washington como passos "na direção correta para pôr fim ao conflito".
Além disso, voltou a criticar a ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza. "A decisão de assumir o controle da Faixa de Gaza e a ameaça de anexação da Cisjordânia requer nossa mais firme condenação. É urgente colocar fim ao genocídio em curso e suspender as ações militares nos Territórios Palestinos", declarou. (com Ansa)