POLÍTICA
General ex-auxiliar de Pazuello vira alvo da Lesa Pátria e tem armas apreendidas
Por Gabriel Mansur
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Publicado em 29/09/2023 às 11:03
Alterado em 29/09/2023 às 11:06
A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta sexta-feira (29), um mandado de busca e apreensão contra o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, que atuou ao lado de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde até o último dia de governo Bolsonaro. O quatro estrelas é acusado de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. A ação ocorreu em Brasília, no âmbito da 18ª fase da Operação Lesa Pátria. Essa etapa mira executores, financiadores e incitadores da tentativa de golpe de estado.
Após ter o endereço revistado, Riaduto foi intimado para prestar depoimento e seguiu com os investigadores à sede da PF, na capital federal. O general não foi preso, mas os agentes apreenderam suas armas. Além da busca, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o bloqueio de ativos e valores do investigado.
A iniciativa busca garantir o ressarcimento do prejuízo causado pelos golpistas ao invadirem as sedes dos Três Poderes naquele 8 de Janeiro. Em nota, a PF afirma que a estimativa de danos pode chegar a 40 milhões de reais.
A suspeita é de que o militar seja um dos idealizadores da tentativa de golpe. Segundo a TV Globo, ele teria feito parte do grupo que iniciou a invasão. Ainda de acordo com a emissora, esse grupo seria formado por membros do Exército com treinamento e conhecimento do local invadido. Eles aparecem de balaclava e luvas nas imagens daquele dia.
O modelo de ação foi considerado "profissional" e executado por pessoas que supostamente teriam, além de treinamento, conhecimento do local que estava sendo invadido. Foi essa primeira ação que abriu caminho para a horda de golpistas que invadiram e depredaram os locais.
A presença de Ridauto no 8 de Janeiro já era pública. Naquele dia, ele mesmo gravou imagens mostrando seu rosto enquanto golpistas destruíam o local. Na gravação, ele aparece de camisa do Brasil, enrolado em uma bandeira e dizendo estar "arrepiado" com a invasão.
Nas redes, é possível encontrar publicações do general em defesa de um golpe de Estado. Em uma publicação ele chega a dizer que ‘morreria e mataria’ pelo Brasil.
Quem é?
Além da carreira militar, Ridauto Lúcio Fernandes foi membro do governo de Jair Bolsonaro. Nomeado em julho de 2021, ele ocupou o posto de diretor de Logística do Ministério da Saúde até o último dia da gestão do ex-capitão.
Na pasta, ele chegou ao cargo para auxiliar o então ministro Eduardo Pazuello após a exoneração de Roberto Dias, que pediu propina nas negociações de compra de vacinas contra a Covid-19 na pandemia. Dias chegou a ser preso por perjúrio e falso testemunho durante depoimento na CPI da Covid, mas pagou a fiança e foi solto.
No Exército, informa a publicação oficial da Força, o último cargo de Ridauto foi o de comandante da 7ª Brigada de Infantaria Motorizada, em 2018. Em fevereiro daquele ano ele passou para a reserva.