POLÍTICA

PF investiga possível conta no exterior ligada a Bolsonaro

Perícias em celulares e material apreendido com ex-presidente e o ajudante de ordens Cid indicam suspeita

Por GABRIEL MANSUR
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Publicado em 15/05/2023 às 19:38

Alterado em 16/05/2023 às 07:39

Jair Bolsonaro não pode sair do país Foto: Epa

A Polícia Federal investiga possível conta no exterior relacionada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme divulgado pela TV Globo nesta segunda-feira (15). A apuração ocorre no âmbito da tentativa da corporação de identificar se o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, praticou lavagem de dinheiro.

As transações financeiras supostamente ligadas a Bolsonaro teriam ocorrido em uma conta no BB Americas, uma filial internacional do Banco do Brasil localizada na Flórida. Durante a investigação, foi descoberta uma conta pertencente a Cid no mesmo banco.

Caso as suspeitas sejam confirmadas, a Polícia Federal solicitará esclarecimentos aos indivíduos envolvidos. Dependendo das respostas, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, vinculado ao Ministério da Justiça, poderá ser acionado.

Cid foi preso na semana anterior durante uma operação da Polícia Federal que visava combater supostas falsificações em certificados de vacinação, incluindo o do ex-presidente. Durante a ação, agentes também apreenderam 35 mil dólares e R$ 16 mil em dinheiro vivo na residência do militar em Brasília.

Ele é acusado de fazer parte de uma organização criminosa que fraudava certificados de imunização para contornar as legislações do Brasil e dos Estados Unidos.

Na semana passada, a TV Globo revelou que a perícia realizada no celular do tenente-coronel identificou conversas sobre transferências de dinheiro para o exterior. Segundo a emissora, existem mensagens trocadas entre Cid e um suposto operador da sua conta nos Estados Unidos.

Bolsonaro deve prestar depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira, 16, no âmbito do inquérito que investiga o esquema de falsificação de dados sobre vacinação. O ex-presidente foi intimado a depor na semana anterior durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua residência em Brasília.

Na ocasião, a defesa do ex-capitão informou que ele só prestaria esclarecimentos após obter acesso completo aos autos do processo.