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'Gabinete do ódio': Polícia Federal indicia Bolsonaro, o filho Carlos e Alexandre Ramagem

Relatório aponta Bolsonaro como líder da organização criminosa que montou um esquema de arapongagem dentro do ex-governo para monitorar adversários políticos e desafetos do ex-presidente

Por JB POLÍCIA com Revista Fórum
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Publicado em 17/06/2025 às 09:22

Alterado em 17/06/2025 às 10:13

Carlos Bolsonaro: contatos com espiões israelenses Foto: reprodução

Por Plinio Teodoro - A Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro (PL), o filho "02" Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), entre outros, ao concluir as investigações sobre a chamada Abin Paralela, um suposto esquema de arapongagem para monitorar inimigos políticos, potenciais adversários e desafetos que foi montado no Palácio do Planalto durante o governo do ex-presidente.

O relatório final aponta Bolsonaro como líder da organização criminosa montada em 2019 a partir da ascensão de Ramagem, por influência de Carlos Bolsonaro, ao comando da Agência Brasileira de Informações (Abin).

Segundo a PF, a organização criminosa também era composta por integrantes do chamado "Gabinete do Ódio", como Tércio Arnaud Thomaz e José Matheus Salles Gomes, conhecido como “Zueiro”, além de policiais federais que foram afastados de suas funções.

A lista de indiciados também inclui Paulo Maurício Fortunato, ex-diretor de operações da Abin durante o governo Bolsonaro que no governo Lula assumiu a secretaria de Planejamento da Abin. Segundo investigadores, ele teria tentado obstruir as investigações e é apontado como o idealizador do uso da ferramenta “First Mile", um sistema de espionagem importado de Israel usado pela quadrilha.

Ainda foram indiciados o atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, o chefe de gabinete do diretor, Luiz Carlos Nóbrega Nelson, e o atual corregedor da agência, José Fernando Moraes Chuy.

Ex-número dois da instituição, o delegado Alessandro Moretti também foi indiciado. Próximo a Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Moretti foi mantido por Lula, mas afastado em janeiro de 2024 após busca e apreensão da PF.

Ao todo, 35 pessoas foram indiciadas.

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