MEIO AMBIENTE
Atlas quer tornar unidades de conservação fluminenses mais conhecidas
Por JB AMBIENTAL
[email protected]
Publicado em 07/06/2025 às 12:27
Alterado em 07/06/2025 às 12:27

Por Isabela Vieira - repórter da Agência BrasilAs penas vibrantes na cabeça — nas cores vermelha, laranja, azul e roxa — tornam o papagaio-chauá uma ave singular. O pássaro vive na Mata Atlântica e, por sua beleza, é vítima de captura ilegal, uma das principais ameaças à espécie, junto ao desmatamento.
Para proteger o pequeno animal, o município de Cambuci, a 300 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro, mantém o Refúgio da Vida Silvestre (Revis) do Chauá. Trata-se de uma unidade de conservação de proteção integral, que cobre 4,4 mil hectares e ao menos 67 nascentes preservadas. Além do papagaio de penas vibrantes, o refúfio abriga outros animais em risco de extinção ou criticamente ameaçados, como a paca, o tatu-galinha e o sagui-taquara.
A Revis do Chauá está aberta à visitação e, no local, é possível fazer trilhas, ciclismo, tomar banho de cachoeira, além de pesquisas sobre a fauna e a flora silvestres. No entanto, essas informações não estão facilmente disponíveis ao público, assim como a de outras unidades de conservação municipais no estado do Rio.
Para reuni-las e incentivar que mais pessoas conheçam esses territórios, foi lançado o Atlas das Unidades de Conservação Municipais do Estado do Rio de Janeiro, em maio. A publicação tem quase 600 páginas e traz um panorama de todas as 416 unidades mapeadas até 2022 nos 92 municípios fluminenses, acompanhadas de imagens realizadas pelos fotógrafos de natureza Gustavo Pedro, Marcus Terranova e Eduardo Martino.
Informação e pertencimento
O atlas apresenta informações contextualizadas sobre cada unidade, mapas, descrição de animais e plantas, atrativos naturais e estruturas de uso público. O material foi elaborado nos últimos quatro anos, por uma equipe multiprofissional, com apoio dos recursos do ICMS Ecológico, oriundos de ações de compensação ambiental.
"Despertar o pertencimento nas pessoas é uma de nossas estratégias de proteção e divulgação da biodiversidade", explicou a subsecretária de Mudanças do Clima e Conservação da Biodiversidade, Renata Lopes. Na avaliação dela, ao conhecer as unidades e saber que existem, as pessoas vão saber o que ocorre ali, os atrativos, as espécies e os usos do lugar.