MEIO AMBIENTE

Desafios Verdes: Deficiências de Nutrientes em Plantas e Clima

Por JB AMBIENTAL
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Publicado em 23/11/2023 às 10:35

Alterado em 23/11/2023 às 10:35

. Marcelo Camargo/Agência Brasil

As plantas precisam de nutrientes essenciais para sobreviver. Enquanto o carbono, o hidrogênio e o oxigênio vêm do ar, o nitrogênio, o fósforo e o potássio são os principais macronutrientes obtidos do solo ou de fertilizantes adicionados. Os macronutrientes secundários incluem o cálcio, o magnésio e o enxofre, enquanto os micronutrientes, como o ferro e o zinco, são necessários em quantidades menores. As deficiências de nutrientes podem ser causadas pela insuficiência de nutrientes no solo ou pelo acesso insuficiente das plantas a eles devido a fatores como desequilíbrios de pH e condições de cultivo abaixo do ideal.

Deficiência de nutrientes em plantas e métodos de remediação

Os nutrientes minerais se dissolvem na água e entram nas plantas pelas raízes. O pH e a temperatura do solo devem ser adequados para cada planta; o pH alto pode inibir a absorção de ferro. Baixas temperaturas, encharcamento ou solo excessivamente seco podem inibir a absorção de nutrientes. A deficiência de nitrogênio nas plantas, de fósforo e ferro são comuns. O fósforo pode estar no solo, mas não disponível, o nitrogênio pode estar presente em uma forma inutilizável e um solo alcalino pode inibir a absorção de ferro.

São necessárias análises precisas do solo para corrigir os sintomas de deficiência de nutrientes em plantas. Fertilize regularmente com fertilizantes que contenham elementos maiores e menores.

Se suas plantas estiverem atrofiadas ou apresentando sintomas incomuns, a causa pode ser uma deficiência de nutrientes. As análises do solo podem determinar os níveis e as deficiências de nutrientes. A aplicação regular de um fertilizante complexo contendo nutrientes principais e secundários é uma medida preventiva. Em caso de deficiências graves de nutrientes, pode ser necessário.

Para detectar deficiências de nutrientes, procure sintomas de deficiência e excesso dos principais nutrientes nas plantas:

  • Amarelecimento das folhas
  • Raízes atrofiadas
  • Folhas retorcidas
  • Diferenças de rendimento
  • Furos nas folhas
  • Quebra de safra

Para corrigir as deficiências de macronutrientes nas plantas, reconheça os sintomas e aplique medidas corretivas. Use suplementos de nitrogênio ou cobertura vegetal orgânica para corrigir as deficiências de nitrogênio. A deficiência de fósforo pode ser corrigida com superfosfato ou farinha de ossos. As deficiências de potássio podem se beneficiar de suplementos como o sulfato de potássio. Os problemas de magnésio podem ser corrigidos com sprays foliares ou dolomita. As deficiências de cálcio são corrigidas com fontes solúveis em água ou cal. A deficiência de enxofre pode ser corrigida por meio de pulverização com sal de Epsom ou fertilizantes orgânicos. Quanto aos micronutrientes, o zinco requer sulfato de zinco ou suplementos de quelato, o ferro requer compostos de quelato de ferro e a deficiência de boro pode ser corrigida por pulverização foliar com ácido bórico.

Como prevenir a deficiência de nutrientes nas plantas

A chave para lidar com os desequilíbrios de nutrientes está em uma abordagem proativa: a melhor defesa é um ataque sólido à deficiência ou à toxicidade.

Evite as deficiências de nutrientes nas plantas:

  • O solo negligenciado é deficiente em nutrientes, portanto, você precisa evitar a compactação do solo e restaurar os nutrientes perdidos.
  • Evite a compactação do solo, evitando caminhar e dirigir sobre os canteiros.
  • Combata a erosão do solo com adubo verde ou cobertura morta.
  • Reponha os nutrientes após a colheita com materiais orgânicos, como plantas mortas, adubo ou esterco.
  • Use o plantio complementar e a rotação de culturas para atender às diferentes necessidades de nutrientes.
  • O glifosato e os herbicidas podem interferir na absorção de nutrientes, portanto, evite seu uso.
  • Os pesticidas podem levar a deficiências de vitaminas, portanto, é melhor usar alternativas.

Evite os efeitos tóxicos dos nutrientes:

  • A aplicação inadequada de fertilizantes pode ser prejudicial ao crescimento das plantas.
  • A aplicação inadequada de fertilizantes, a mineração e o tráfego intenso contribuem para os níveis de nutrientes.
  • Os pesticidas orgânicos podem causar intoxicação alimentar.
  • Os fungicidas à base de cobre podem levar ao acúmulo de cobre; leia as instruções com atenção.
  • Testes regulares do solo, controle do pH, gerenciamento adequado da água e adesão às taxas de aplicação de fertilizantes são fatores importantes para o desenvolvimento de deficiências de nutrientes.

Mudança climática e nutrientes para plantas

A deficiência de nutrientes em plantas das flores, em frutas e legumes tem sido associada às mudanças na atmosfera da Terra, em especial ao aumento dos níveis de dióxido de carbono (CO2). Um estudo de 2004 constatou que, desde a década de 1950, os níveis de proteína, ferro, cálcio e vitamina C nos alimentos diminuíram, apesar do aumento dos carboidratos. O aumento dos níveis de CO2, que deve dobrar até 2050, afetará 95% das espécies de plantas, incluindo as principais culturas, resultando em uma redução de 6 a 8% nos minerais essenciais. Essa mudança observada no zooplâncton indica que o aumento dos níveis de CO2 está piorando a qualidade nutricional. Essa tendência observada no zooplâncton, que enfrenta dificuldades apesar do aumento da abundância de algas, é paralela às preocupações com as plantas terrestres. O possível aumento de carboidratos em detrimento de nutrientes essenciais representa um risco global à saúde. Estima-se que, até 2050, 150 milhões de pessoas terão deficiência de proteína e um bilhão de mulheres grávidas terão deficiência de ferro. Infelizmente, as consequências já são evidentes: desde a década de 1850, os níveis de proteína no pólen de goldenrod caíram em um terço, afetando as populações de abelhas em todo o mundo. Esse colapso de nutrientes ressalta a importância das plantas ricas em nutrientes para a saúde global e destaca a vulnerabilidade das populações aos aportes inadequados de nutrientes provenientes de fontes naturais. As consequências desse fenômeno vão além da saúde individual, levantando preocupações sobre impactos ambientais mais amplos e o delicado equilíbrio dos ecossistemas.

 

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