MEIO AMBIENTE

ICMBio lança plataforma com dados sobre espécies ameaçadas de extinção

Por JB AMBIENTAL
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Publicado em 07/08/2023 às 09:43

Alterado em 07/08/2023 às 09:48

A Arara vermelha, Ara chloropterus Gray, no nome científico, tem primeiro registro de aparição em 1859, e está na lista 'Quase Ameaçada' Reprodução/ICMBio

Uma nova plataforma lançada pelo ICMBio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, reúne dados de quase 15 mil espécies avaliadas quanto ao risco de extinção. A plataforma, que ganhou o nome SALVE, vai facilitar a gestão do processo de avaliação de espécies ameaçadas e contribuir para a geração de conhecimento e implementação de políticas públicas para o país.

Rodrigo Jorge, coordenador de Avaliação das Espécies da Fauna em Risco de Extinção do ICMBIO, ressalta que é fundamental contar com uma plataforma com esse nível de detalhamento e organização de dados, que deverão ser atualizados em ciclos de dez anos.

Outro destaque do Salve é a transparência, já que o sistema pode ser acessado por qualquer pessoa que queira consultar as informações, como explica Rodrigo Jorge.

O usuário pode fazer consultas por recortes que já estão prontos na plataforma, como por exemplo a categoria das espécies criticamente em perigo, e também dá para fazer associações com diferentes filtros. É possível inserir na busca a espécie pretendida, tanto pelo nome comum, quanto pelo nome científico, e obter dados como grupo, categoria, última avaliação, estados, bioma, classificação taxonômica, distribuição, história natural, entre outros. Os dados podem ser baixados pelo usuário.

Do total de espécies avaliadas no Salve, mais de cinco mil e quinhentas possuem ficha publicada e mais de 1200 estão em alguma categoria de ameaça. A plataforma pode ser acessada no endereço: salve.icmbio.gov.br. (com Agência Brasil)

Ara chloropterus (foto)

Ocorre no Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas, Brasil, Paraguai, Equador, Peru, Bolívia e, historicamente, no norte da Argentina. No Brasil, distribui-se amplamente nos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Historicamente ocorria na Mata Atlântica, sendo atualmente extinta, exceto em localidades do Espírito Santo onde houve reintrodução. Há ameaças como perda e degradação de habitat e captura ilegal para tráfico de animais silvestres.

Estimativas para o Cerrado e Amazônia indicam perda de habitat de 25% e entre 12,5% e 39%, respectivamente, num período de 39 anos (três gerações) entre 2002 e 2041. Em uma população do norte do Pantanal, foi observado baixo recrutamento entre 2005 e 2015.

A partir dessas estimativas, infere-se um declínio populacional entre 25% e 30% no mesmo período, colocando a espécie próxima ao limiar de Vulnerável pelos critérios A4cd. Por estas razões, A. chloropterus foi considerada como Quase Ameaçada (NT). (ICMBio)