JUSTIÇA
Bolsonaro terá de depor à PF sobre plano de fuga para a Argentina
Por JB JURÍDICO
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Publicado em 21/08/2025 às 10:29
Alterado em 21/08/2025 às 10:30
Bolsonaro e núcleo próximo implodiram após revelações das últimas gravações divulgadas pela PF Foto: Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) terá de depor à Polícia Federal sobre coação e obstrução de Justiça até essa sexta-feira (22), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Moraes, que é relator do processo por tentativa de golpe, também determinou que Bolsonaro seja indagado sobre um suposto plano de fuga para a Argentina, onde pretendia pedir asilo a seu aliado, o presidente Javier Milei.
Um documento nesse sentido foi encontrado pela PF no celular do ex-presidente.
"Diante de todo o exposto, intime-se a defesa de Jair Messias Bolsonaro para que, no prazo de 48 horas, preste esclarecimentos acerca: dos reiterados descumprimentos das medidas cautelares impostas; da reiteração das condutas ilícitas; e da existência de comprovado risco de fuga", afirmou Moraes em sua decisão.
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar em Brasília desde 4 de agosto, em razão do descumprimento de medidas cautelares ordenadas pelo próprio Moraes.
"Os elementos de prova obtidos pela PF indicam que Bolsonaro tinha posse de documento destinado a possibilitar sua evasão do território nacional", acrescentou.
O magistrado o intimou depor após ter recebido relatório da PF indiciando o ex-mandatário e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) por obstrução da Justiça.
De acordo com o documento da Polícia Federal, baseado em arquivos de texto e voz extraídos dos telefones de Bolsonaro, o ex-presidente e seu filho — que atualmente vive nos Estados Unidos — discutiram estratégias para pressionar o STF.
Segundo o relatório, Bolsonaro e Eduardo teriam buscado influenciar o governo americano a impor sanções contra o Brasil, como o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump.
A PF também aponta o pastor Silas Malafaia como articulador do plano para coagir o Supremo, embora ele não tenha sido indiciado até o momento. O líder evangélico foi alvo de buscas no aeroporto internacional do Rio de Janeiro. (com Ansa)